REDE DEGRADADA

Presidente da Equatorial reclama de ‘herança’ da Enel: ‘deixaram de fazer manutenções’

32% dos ativos estavam "completamente depreciados" e companhia italiana deixou de realizar manutenções seis meses antes de perder concessão, revela Lener Jayme

Embora não tenha citado nominalmente a Enel, o presidente da Equatorial Energia em Goiás, Lener Jayme, lamentou a ‘herança’ deixada pela companhia italiana durante um evento promovido para jornalistas na sede da Equatorial Energia, no Jardim Goiás. Jayme disse que a Enel deixou de fazer as manutenções necessárias e que assumiu a gestão de transmissão de energia em janeiro de 2023 com 32% dos ativos “completamente depreciados”. “Estavam sucateados”, disse ele.

Na apresentação que Jayme fazia, ele apresentava um balanço do que foi feito até agora e as projeções para o ano de 2024. Ao citar as manutenções, detalhou os serviços feitos a partir de janeiro de 2023, quando a companhia assumiu a gestão de energia em Goiás, com os espólios deixados pela Enel.

“Quando a gente chegou tinhamos 32% dos ativos completamente depreciados. Estavam sucateados. Ativos, que em hipótese alguma eu falo de gestões anteriores, mas ativos que não tiveram atenção”, salientou. Sem citar detalhes, ele até citou que a empresa fez algumas expansões, “mas deixou de tratar os ativos que estavam envelhecendo”.

“Com isso, chegamos a ter 32% da nossa base ativa 100% depreciada. Eram sucatas. Ativos que deveriam ter sido trocados há muito tempo ou remodelados. Por isso, o nível de manutenção precisou ser mais elevado”, pontuou em seu discurso que não foi aberto para perguntas dos jornalistas.

Em momento algum, Lener cita a Enel, mas as referências eram diretas. “Ainda mais que quando chegamos aqui a gente tinha seis meses de paralisação total da manutenção aqui em Goiás. A antiga distribuidora ao saber que ia sair, ficou o segundo semestre de 2022 sem fazer manutenção e nós assumimos essa dificuldade”, pontuou.

De lá para cá, ele pontuou algumas manutenções feitas pela Enel. Por exemplo, foram feitas 11.711 inspeções em linhas e redes de baixa tensão e 41.861 em linhas de média e alta tensão. Também foram corrigidos 9.494 defeitos em linhas de baixa tensão e 14.669 em linhas de média e alta tensão, apenas para citar algumas correções relatadas pela Equatorial Energia.

Mas não foi só o serviço prestado pela Enel, alvo de críticas. A estrutura física de atendimento também. Ao citar que a Equatorial reformou todas as unidades, Jayme não poupou reclamações e chegou a falar em ter “vergonha” dessas estruturas.

“Eu tinha vergonha quando a gente chegava aqui e eu que sou de Goiânia, ia naquela agência da Praça Universitária. Aquilo era um absurdo, um desrespeito. Pessoas idosas, deficientes aguardando para serem atendidas debaixo de chuva, sol. A gente reformou todas as agências”, lamentou ao citar que as unidades foram reformuladas.