Presidente do Pros não presta depoimento sobre agressão à filha; inquérito será encerrado
O presidente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Eurípedes de Macedo Júnior, não prestou…
O presidente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Eurípedes de Macedo Júnior, não prestou depoimento acerca da agressão cometida contra a filha em Planaltina, na última quarta-feira (8). Oitiva estava marcada para a tarde desta segunda-feira (13), mas o suspeito não compareceu à delegacia. Mesmo sem ouvir o político, o responsável pelo caso, Cristiomário Sousa Medeiros, deverá encerrar as investigações e enviar o inquérito ao Judiciário. A jovem, de 19 anos, alega ter sido agredida a tapas e pontapés por conta de um carro que não queria vender ao pai. Defesa diz que há perseguição na investigação e pediu a suspeição do delegado que apura os fatos.
Segundo expõe o investigador, Eurípedes enviou um requerimento à delegacia e informou que não iria comparecer à oitiva, já que possuía outros compromissos. No documento, segundo o delegado, Eurípedes disse que ficaria em silêncio em caso de nova convocação e sugeriu que o inquérito tivesse continuidade.
Cristiomário, então, decidiu não realizar mais o interrogatório e encerrar as investigações. “Estamos atrás de documentos e laudos no Distrito Federal (DF). O inquérito deve ser encerrado já na próxima semana”, disse. O suspeito deve ser indiciado por dois crimes: lesão corporal e outro relacionado a fazer justiça com as próprias mãos.
“Mesmo que o carro estava no nome dele, o veículo era de propriedade da filha. Ao tentar tomar o automóvel é como se ele quisesse fazer justiça com as próprias mãos. O correto era acionar a Polícia e a Justiça”, explicou. Ainda de acordo com o delegado, um mandado de busca e apreensão do veículo já foi pedido, mas ainda não foi atendido na Justiça goiana.
Na última semana, a Justiça do DF deferiu o pedido de medida protetiva contra Eurípedes. O político deverá ficar, no mínimo, a 200 metros da jovem. Qualquer tipo de contato com a mulher também fica proibido.
O outro lado
Em entrevista ao Mais Goiás, o advogado de Eurípedes, Bruno Pena, confirmou o envio do requerimento à delegacia, pois o suspeito não teria condições de comparecer à oitiva no dia e horário marcado em razão de uma série de compromissos em Brasília previamente agendados. Compromissos estes que não puderam ser cumpridos já que o político precisou ser hospitalizado devido a uma crise alérgica, segundo o defensor.
Bruno Pena alega que a defesa orientou Eurípedes a ficar em silêncio e a contribuir com as apurações para que o desfecho do caso seja mais célere. “Enviamos o documento justamente para não passar a imagem de que ele não iria comparecer para prejudicar o andamento das investigações. Pelo contrário, ele está à total disposição e vai colaborar com Justiça no que for preciso”, relatou.
O advogado disse ainda que pediu a suspeição do delegado responsável pelas apurações por ser claro inimigo político de Eurípedes e conduzir a investigação para prejudicar o suspeito e se promover.. “Já representamos o delegado na corregedoria da Polícia Civil. Anteriormente ele instaurou um inquérito que era de competência da Polícia Federal. Agora, mais uma vez ele avocou inquérito que não é uma atribuição dele, já que não é titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Pedimos que o inquérito seja remetido ao titular da delegacia”, disse.
Bruno Pena ainda ressaltou que não houve agressão de Eurípedes à filha. “O laudo aponta que há lesões, mas não há indício de que essas lesões tenham sido causadas por Eurípedes. Ele tomou o carro para corrigir a filha, que não cumpriu o combinado de pagar as prestações do carro. Pode ser que ao retirá-la do veículo, tenha sido atingida de alguma forma, mas não houve intenção de agredi-la. Ele tem cinco filhos e nunca bateu em nenhum. Não faria isso agora, principalmente um espancamento como o delegado tem espalhado”.