Presidente do TJ-GO entrega reforma do prédio em último dia de mandato
Pela primeira vez em 30 anos, sede do TJ passou por reforma. Presidente Gilberto Marques Filho chamou antigo prédio de "um verdadeiro pardieiro"
Nesta quinta-feira (31), o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Gilberto Marques Filho, entregou a reforma da sede da administração do Judiciário goiano. O prédio, chamado Clenon de Barros Loyola, fica na Avenida Assis Chateaubriand, Setor Oeste, e passou pela primeira intervenção 30 anos após a construção.
Estiveram presentes na entrega da reforma o prefeito da capital, Iris Rezende (MDB), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, e Lúcio Flávio Paiva, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No último dia na presidência do TJ-GO, Gilberto disse que a obra vai dar dignidade aos funcionários, pois o prédio antes era “um verdadeiro pardieiro”. Ele afirma que o local tinha um princípio de incêndio no ar-condicionado, problemas hidráulicos e azulejos quebrados.
“Essa reforma era necessária, mas nós magistrados não gostamos de ser tocadores de obras, então ocorreu o atraso. Resolvi me sacrificar, abri mão do conforto da sala presidencial e fui para uma salinha pequena durante as obras”, afirmou Gilberto.
Sobre o valor gasto, Gilberto Marques esclareceu que a obra teve muitos aditivos em decorrência às dificuldades encontradas. “Muitas estruturas ficaram anos a céu aberto, então muita coisa que era reforma virou construção. A obra foi orçada em R$ 45 milhões, mas com o adicional de aditivos”, conclui.
Reforma
Com a ampliação de 3,1 mil metros quadrados, o edifício passou a contar com 18,4 mil metros quadrados. A acústica, audiovisual e a curva de visibilidade do palco foram reformadas, agora com capacidade para 724 lugares. Foi ampliado, de dois para cinco, o número de elevadores.
O subsolo possui vagas de estacionamento, sanitários feminino e masculino restritos a servidores, depósito de material de limpeza, além de ambientes com salas para trabalhadores específicos (guarita, descanso/espera para motoristas da Presidência, postagem e arquivo). Foram instalados um elevador de serviço, sala para armazenamento de galões de água e salas técnicas.
O prédio Clenon de Loyola Barros abriga a Presidência do TJ-GO; Diretoria-Geral e Assessoria Jurídica e Administrativa; Órgão Especial e Secretaria. No térreo, Comunicação Social, Assessorias de Cerimonial e Militar, Diretoria Judiciária, Pinacoteca Desembargador Camargo Neto; Secretaria de Gestão Estratégica (SGE), Capela, Biblioteca, Recursos Constitucionais, Ouvidoria, Protocolo Judicial e Precatórios.
Inaugurado em 27 de junho de 1986 pelo então governador de Goiás, Onofre Quinam, a atual sede recebeu o nome do desembargador Clenon pelos serviços prestados ao Judiciário. Ele foi presidente do órgão em 1971. O prédio foi edificado em um terreno doado pelo Estado, na gestão do governador Leonino di Ramos Caiado.
Nova presidência
O TJ-GO elegeu, no dia 28 de novembro, por maioria de votos, o desembargador Walter Carlos Lemes para a presidência do órgão. Walter tem 37 anos de exercício da magistratura, e assume as funções para o biênio 2019/2021. Nicomedes Domingos Borges será o vice-presidente e Kisleu Dias Maciel Filho, corregedor-geral da Justiça.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) comentou da expectativa do relacionamento entre governo e o novo presidente da Casa. “Estou muito otimista pois conheço o desembargador, ele é uma pessoa com sintonia e irá trabalhar de forma harmônica. E este novo prédio é um modelo para todo Brasil“.
Escândalo
Em junho do ano passo, Ricardo Paes Sandré, genro do desembargador Gilberto Marques, foi investigado por assédio moral e sexual, abuso de poder e improbidade administrativa. Ricardo Paes era médico e diretor do Centro de Saúde do Tribunal, e após as denúncias foi exonerado.
O investigado se aproveitaria do cargo para ofertar vantagens no ambiente de trabalho em troca de “atitudes dotadas de cunho sexual”. Conforme expõem os promotores no documento, “depoimentos confirmam que o médico se utilizava da condição de genro do presidente para intimidar servidores em geral”.
Meses após as denúncias, as mulheres que apontam Ricardo Paes Sandré como autor de assédios moral e sexual temeram represálias com o retorno do médico. Segundo elas, ele anda armado, fato confirmado pelo MP à época.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo