Presídios e unidades de saúde receberão doação de álcool líquido 70%
Usinas de etanol e açúcar se juntaram para produzir e doar álcool 70% para unidades…
Usinas de etanol e açúcar se juntaram para produzir e doar álcool 70% para unidades de saúde, asilos, presídios e unidades socioeducativas de Goiás. A ação teve início após a constatação de déficit de álcool em gel no período de pandemia da covid-19. A previsão é de que sejam doados 120 mil litros do álcool líquido para o Estado durante um mês. Municípios e população também receberão o produto de graça.
O presidente executivo do Sindicato da Indústria e Fabricação de Etanol em Goiás (Sifaeg), André Rocha, afirma que as indústrias ainda enfrentam desafios para conseguir produzir e doar o álcool líquido. Um deles é o fato de estarmos no período de entressafra, o que dificulta a produção de matéria-prima para o produto.
“É um período que ninguém produz. Como estão empenhadas no combate ao vírus, algumas indústrias usaram o produto que possuía em estoque e estão o transformando em álcool 70. Tem locais que estão comprando de outras unidades para fazer essa transformação. Tem sido muito bonito e solidário”, disse.
André destacou também que as indústrias possuem dificuldade quanto ao transporte e armazenamento do álcool. Segundo ele, estas questões têm sido acertadas aos poucos. “Estamos entrando em contato com o governo para buscar uma decisão de como vamos fazer para tirar das usinas e onde iremos deixar esse produto. Tudo tem sido aprendizado”.
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, as doações para municípios já foram iniciadas, como no caso de Carmo do Rio Verde por exemplo. A ideia é que o produto seja utilizado na descontaminação e higienização de hospitais, postos de saúde, asilos, presídios e unidades socioeducativas. O álcool também deverá ser compartilhado com a população. “Quem quiser e tiver como armazenar de forma correta receberá o produto gratuitamente”, afirmou.
Regulamentação
O presidente do Sindicato explica que a ideia surgiu após apelo do governador Ronaldo Caiado (DEM) diante da pouca disponibilidade do álcool em gel e maior demanda da população e na rede pública de atendimento.
As indústrias associadas ao Sifaeg decidiram fazer a produção e doação do produto, mas esbarraram na falta de um reagente denominado carbopol, que transforma o álcool em gel. “O mercado não tem disponibilizado esse reagente, o que prejudica a produção do álcool em gel. Nossa alternativa foi oferecer o álcool líquido 70%, que possui a mesma eficácia do gel, mas é preciso um pouco mais de cuidado já que ele é combustível”, salientou.
Mesmo com a proposta de doação, as indústrias enfrentaram um segundo problema: proibição de produção determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2002. “A grande preocupação da Anvisa era justamente porque o produto é combustível. Felizmente uma mobilização foi feita e o órgão revogou essa proibição. Essa ação é necessária para auxiliar no combate da proliferação do vírus”.
As novas condições de fabricação e comércio do álcool líquido foram divulgadas na Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa e vigoram a partir desta sexta-feira (20), data de publicação no Diário Oficial da União. A validade das normas é de seis meses.