Preso em Valparaíso por divulgar fotos íntimas de mulher pode ter outras vítimas

O servidor da prefeitura de Valparaíso identificado como Daniel Sena de Melo, preso em flagrante por divulgar fotos íntimas de uma mulher em um grupo de WhatsApp, pode ter cometido o crime mais de uma vez. De acordo com a Polícia Civil (PC), há indícios de que haviam entre cinco e 10 mulheres na mesma situação na postagem feita por ele.

Em entrevista ao Mais Goiás, o delegado responsável pelo caso Pedro Teixeira, afirmou que as outras imagens são semelhantes às denunciadas pela primeira vítima. São mulheres fotografas ou filmadas no banho ou dormindo, sem saberem ou darem consentimento para o registro.

De acordo com a investigação, as imagens foram registradas uma semana antes da postagem. O suspeito teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela justiça, e deve permanecer detido até nova decisão do judiciário.

O delegado afirmou ainda que ele chegou à delegacia acompanhado por advogados e permaneceu calado durante o interrogatório. Ele deve responder pelos crimes de registro não autorizado da intimidade sexual e de divulgação de cena de sexo ou de pornografia. Caso seja condenado por todos os crimes, poderá pegar até cinco anos e seis meses de multa. A pena poderá aumentar se for comprovado que outras mulheres também foram expostas.

O Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa de Daniel. A reportagem também tentou contato telefônico com a prefeitura de Valparaíso de Goiás, mas as ligações não foram atendidas. O espaço está aberto para manifestação.

Relato da vítima

Nas redes sociais, a mulher que denunciou o crime disse que tinha um relacionamento amoroso com o suspeito. No vídeo, ela relata que teve acesso à galeria de fotos do homem e encontrou imagens íntimas dela enquanto dormia e tomava banho.

“Sem eu perceber que estava tirando [fotos], sem eu perceber que estava gravando [vídeos] (sic). Me gravando o tempo inteiro fazendo tudo. Na mesma hora que descobri fui na Delegacia da Mulher e mostrei todas as provas, tudo que eu tinha”, disse.

Ainda de acordo com a vítima, as imagens foram registradas sem consentimento dela. Ela acredita que outras mulheres tenham sido alvos do mesmo suspeito. “Para o meu espanto, o que é de menina que se relacionou com esse cara e tem um milhão de fotos e vídeos do mesmo jeito. Tenho certeza que a maioria não sabia que ele estava gravando”, diz nas redes sociais.

Assista à segunda parte do depoimento da vítima: