Preso ginecologista condenado por abuso sexual de pacientes
Médico já tinha sido condenado por violação sexual em 2015, mas a defesa recorreu e ele continuava exercendo a profissão
O médico ginecologista Joaquim de Souza Lima Neto, de 58 anos, foi preso pelo envolvimento em casos de abuso sexual. Condenado em 2015 por crime de violação sexual mediante fraude, o suspeito recorreu da sentença e continuava trabalhando normalmente. A prisão preventiva foi decretada pela 10ª Vara Criminal, mandado que foi cumprido na manhã desta terça-feira (23) por agentes da Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher (Deam).
De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes Martins, responsável pelo caso, Joaquim cometeu mais três abusos em 2017, quando submeteu uma das vítimas à prática de sexo oral durante uma de suas consultas. O preso foi ouvido na manhã desta terça e passará por uma nova oitiva à tarde. “Ele nega a participação nos casos, chama os relatos de mentirosos e afirma que é extremamente ético durante os atendimentos. É a tese adotada pela defesa: desqualificar as vítimas”, sublinha a delegada. Ele está à disposição do Poder Judiciário e deve ser conduzido para triagem na Casa de Prisão Provisória até esta sexta-feira (26).
Durante a manhã, segundo a delegada, muitas mulheres ligaram dizendo que foram vítimas. No entanto, é preciso que a denúncia seja feita presencialmente na DEAM. “Elas precisam vir até a delegacia para registrar ocorrência e fazer o reconhecimento ou não do médico”.
A reportagem do Mais Goiás tentou contato com a defesa do médico, mas o advogado não atendeu as ligações.
Prisão preventiva
“Pedimos a prisão dele após três vítimas nos procurarem na delegacia em dezembro do ano passado, ele utilizava o momento do exame de toque para masturbar as vítimas ou dizer palavras de cunho sexual. Ele as submeteu à pratica de atos libidinosos enquanto procedia aos exames ginecológicos de rotina, chegando a ter a audácia de praticar sexo oral em uma delas”, revela Ana Elisa.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiá (Cremego) informou, por meio de nota, que irá apurar os fatos. [A entidade] “dará celeridade à apuração em razão da gravidade do que já foi divulgado, e que, quando da posse da documentação concernente, dará prosseguimento às providências cabíveis”, sublinha o texto.
Segundo a delegada, o médico possui 30 anos de atuação e já teria atuado em um grande hospital de Goiânia.