Preso homem que cobrava até R$ 2 mil para burlar fila de cirurgias pelo SUS em Goiânia
Nesta terça-feira (12) foi preso um homem, que estaria cobrando entre R$ 1.200 e R$…
Nesta terça-feira (12) foi preso um homem, que estaria cobrando entre R$ 1.200 e R$ 2 mil para que pessoas interessadas em fazer cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não precisassem entrar na fila de espera. A prisão aconteceu em Goiânia. Éder Alves da Rocha, de 51 anos, confessou que há mais de 15 anos atua como intermediador para interessados em realizar cirurgias pela rede pública.
O homem é servidor comissionado na Prefeitura de Minaçu desde dezembro de 2017, mas não teria usado o cargo para cometer o crime. A investigação teve início após receber denúncia anônima feita no final do ano passado. Era por meio de grupos de Whatsapp, segundo apurou a Polícia Civil, que Éder conhecia pessoas que precisavam fazer algum tipo de cirurgia eletiva na rede pública. Ele, então, cobrava para que elas não precisassem entrar na fila de regulação.
“Caso o interessado fosse do interior, Éder conseguia fazer o cadastro no SUS como se ele morasse em Goiânia ou em Aparecida de Goiânia. A partir daí, nós ainda estamos apurando como, ele, de fato, passava esta pessoa na frente de outras que aguardavam dois, três, ou até mais anos por uma cirurgia estética, ou até de casos de saúde”, destacou o delegado Rhaniel Almeida, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP).
Para conseguir o benefício, ainda de acordo com o delegado, Éder contava com a participação de outras pessoas. “Temos certeza que ele não agia sozinho, e nesta segunda etapa de nosso trabalho, vamos atrás de agentes públicos que trabalham em Cais de Goiânia. São as pessoas que tinham senhas para acessar o sistema e mudar a ordem na fila de espera dessas cirurgias”, concluiu Rhaniel Almeida.
Até agora, a polícia já sabe que o esquema propiciou a realização de dezenas de cirurgias no Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (HGG) e no Hospital das Clínicas (HC), mas ainda não conseguiu apurar o número total de pessoas que teriam sido beneficiadas com o esquema.
Éder responderá, preso, por corrupção ativa, e se condenado, poderá passar de dois até 12 anos na cadeia. Na casa dele, os agentes da DERCAP apreenderam atestados em branco, documentos, o carimbo de um médico e o celular particular dele, onde foram encontradas dezenas de conversas com interessados em realizar algum tipo de cirurgia.