SEGURANÇA

Preso por matar idosa asfixiada no Hugo não consegue explicar o que aconteceu, diz delegado

Em depoimento, homem trans disse que foi até a unidade para buscar documentos, mas desconversou quando foi questionado sobre porque entrou na enfermaria

Juiz mantém preso acusado de matar idosa no Hugo (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

A Polícia Civil ainda não conseguiu descobrir porque um homem trans de 47 anos que vive em situação de rua entrou na enfermaria do Hospital Estadual de Urgências de Goiânia (Hugo) na última quinta-feira (7), para, suspeita-se, matar, asfixiada, uma idosa de 75 anos, que estava internada em estado grave. Segundo o delegado que apura o caso, Rhaniel Almeida, o suspeito, que continua preso, aparenta ter problemas psiquiátricos, e disse frases desconexas durante depoimento.

“Ele falou que foi até o Hugo para buscar alguns documentos, mas quando questionamos porque entrou na enfermaria não sou explicar, e disse várias coisas aleatórias, que nada tinham a ver com o que perguntávamos. Algumas testemunhas já ouvidas aqui contaram que dentro do hospital ele teria dito que era filho adotivo da idosa que foi morta”, descreveu o adjunto da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

Rhaniel Almeida também disse que apesar da comprovação de que Neusa Cândida morreu asfixiada, está descartada a possibilidade de que ela tenha sido enforcada. “Os peritos não encontraram sinais de esganadura no pescoço dela, portanto estamos aguardando o laudo para descobrir o que de fato ceifou a vida da paciente”, concluiu.

Enfermaria do Hugo onde idosa teria sido asfixiada não tem câmeras

As imagens internas do Hugo, ainda de acordo com o delegado, podem ajudar a mostrar o que o suspeito fez antes de chegar ao local onde estava a idosa, mas como não há câmeras dentro da enfermaria onde ela estava, apenas o laudo comprovará o que de fato provocou a morte da paciente. Para Rhaniel Almeida, muitos são os indícios que mostram que a segurança do hospital falhou em deixar o homem trans entrar na unidade, e permanecer por mais de três horas lá dentro.

No dia em que a morte de Neusa Cândida veio à tona, a direção do Hugo enviou nota à imprensa afirmando que revisaria os protocolos de segurança. “A direção lamenta profundamente o ocorrido e está revisando integralmente os protocolos de segurança para evitar futuros episódios, ao tempo que presta total assistência à família”, diz o comunicado enviado à imprensa.