Preso suspeito de integrar grupo que vendia moeda virtual falsa
Segundo a polícia, Wendel Alves abriu duas empresas para quadrilha que enganou 40 mil pessoas, e faturou mais de R$ 250 milhões
Apontado como integrante de uma quadrilha presa no final do mês passado por vender moeda virtual falsa, Wendel Alves Santana, de 33 anos, foi localizado e preso por agentes do Grupo Anti Seqüestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), nesta quarta-feira (18), em Aparecida de Goiânia. Segundo as investigações, Wendel foi quem emprestou o nome para que a quadrilha, que faturou mais de R$ 250 milhões em menos de um ano, pudesse criar empresas fantasmas e aplicar os golpes.
Desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal, a Operação Patrik prendeu 11 pessoas, e cumpriu 18 mandados de busca e apreensão no DF, e também em Goiás. Na ocasião, Wendel Alves também teve a prisão decretada, mas conseguiu fugir.
Segundo as investigações, golpistas do Distrito Federal criaram, no final do ano passado, a Kriptacoin, que tinha uma filial em uma mansão no Setor Jaó, em Goiânia. Com a promessa de pagar juros de até 30% ao mês, os golpistas conseguiram atrair pelo menos 40 mil investidores.
“Eles criaram uma moeda que tinha cotação própria, só que o que o investidor recebia era um certificado virtual falso, como se tivesse adquirido uma quantia que só existia nos computadores deles”, explicou o delegado Kleyton Manoel Dias, chefe do GAS da Deic. Durante as investigações, o Ministério Público, e a Polícia Civil do Distrito Federal descobriram que as aplicações eram realizadas pela internet por meio de uma plataforma digital, mas os depósitos eram feitos em contas correntes de terceiros, e o dinheiro, então, era dividido entre os golpistas.
A Wendel Alves Santana, ainda de acordo com Kleyton Manoel Dias, coube a função de abrir as empresas Wall Street Corporate, e Crypta Express, para dar a impressão de que o negócio era legal. Nenhuma delas, porém, tinha autorização, ou sequer registro na comissão de valores imobiliários.
Apesar de integrar uma quadrilha que faturou pelo menos R$ 250 milhões e que ostentava carros, imóveis de luxo, relógios, e cordões e pulseiras de ouro, Wendel mantinha uma vida simples. Em depoimento informal prestado ao titular do GAS da Deic, ele alegou que foi enganado pelos demais integrantes da quadrilha.
Assim como os outros presos, Wendel responderá por estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, e uso de documentos falsos. A previsão é que ele seja transferido para Brasília nesta sexta-feira (20).