NOVA ESCRAVIDÃO

Preso suspeito de manter 11 funcionários em condição de escravidão em Abadiânia

As vítimas tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar

Preso suspeito de manter 11 funcionários em condição de escravidão em Abadiânia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil prendeu, nesta segunda-feira (26), um homem suspeito de manter 11 funcionários, vindos do maranhão, em situação de trabalho semelhante ao de escravidão, na zona rural da cidade de Abadiânia, no entorno do Distrito Federal. Caso foi denunciado anonimamente às autoridades.

De acordo com os investigadores, todos os 11 homens estavam trabalhando em situações degradantes na poda de eucalipto em uma fazenda. Os trabalhadores não tinham equipamentos de proteção individual, estavam sem receber, sem água potável e sem dia de descanso na semana.

Aos policiais, muitos relataram que trabalhavam na corta de eucalipto de chinelo e tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar, sendo que, depois, o valor das refeições era cobrado.

Preso suspeito de manter 11 funcionários em condição de escravidão em Abadiânia
Preso suspeito de manter 11 funcionários em condição de escravidão em Abadiânia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Além disso, a corporação constatou que os alojamentos não possuíam camas, todos dormiam amontoados em colchões no chão, sendo que, alguns colchões eram apenas espuma.

Em depoimento à corporação, as vítimas teriam relatado que vieram do Estado do Maranhão e trabalhavam para manter a estadia e alimentação, já que o suspeito havia retido o documento e carteira de trabalho de todos com a promessa de assinar a carteira. Entretanto, nenhum teve contrato formalizado e continuavam lá porque não tinham outro lugar para ir.

As vítimas tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar
As vítimas tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

 

As vítimas tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar
Homens trabalhavam na corta de eucalipto de chinelo aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

 

As vítimas tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar
Os alojamentos não possuíam camas, todos dormiam amontoados em colchões no chão, sendo que, alguns colchões eram apenas espuma (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Diante disso, a equipe prendeu o empregador por suspeita de redução à condição análoga à de escravo, previsto no artigo 149 do Código Penal. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de dois a oito anos de prisão.

Situação não é incomum

Segundo dados do Radar da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Governo Federal, pelo menos 75 pessoas foram resgatadas no ano passado em situação análoga a escravidão em todo o estado de Goiás. Em 2019, esse número era de apenas duas pessoas resgatadas.

De acordo com o levantamento, a maioria dos casos acontece no meio urbano. São 65 casos, contra 10 na zona rural. Já município com maior incidência em 2020 foi o de Anápolis, com 46 casos. Os dados atualizados de 2021 ainda não foram divulgados.