Preso suspeito de matar namorado e incendiar carro para ocultar cadáver
Rapaz matou o companheiro, escondeu o corpo em um carro e ateou fogo no veículo para esconder cadáver
A Policia Civil prendeu um jovem de 18 anos suspeito de matar o namorado, Heder Henrique de Sousa Urzeda, no último dia 7 de outubro, em Goiânia. De acordo com as investigações, o rapaz matou o companheiro de 32 anos com perfurações na cabeça e no peito. Em seguida, ateou fogo ao carro onde carregava a vítima para tentar esconder o cadáver.
Segundo a polícia, o rapaz matou Heder porque tinha uma união estável com uma mulher, que estava grávida dele à época do crime.
“A gente acredita que o suspeito achou que o relacionamento homoafetivo poderia atrapalhar o conjugal e que ele queria se aproveitar financeiramente da vítima, porque vendeu o celular dela depois do homicídio e usou o cartão dela em pequenas compras”, explicou o delegado do caso, André Veloso.
O Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa do suspeito para manifestação.
Câmeras de segurança da região gravaram o momento em que o suspeito colocava fogo no carro, com a vítima já morta dentro.
Como o crime aconteceu?
De acordo com as investigações, o crime aconteceu no dia 7 de outubro de 2021, durante um dos encontros do casal. Vítima e suspeito estavam na kitnet do investigado, que fica localizada no Jardim Colorado, na capital.
Na ocasião, o casal se desentendeu por motivos ainda não esclarecidos. A troca de ofensas se acalorou e, com isso, o suspeito perfurou o crânio e o peito da vítima com uma arma branca.
Quando percebeu que havia matado Heder, o suspeito se apropriou do carro e cartão de débito dele. Em seguida, realizou uma série de compras por meio de aproximação em lojas diferentes.
Depois das compras, voltou ao apartamento e começou a se organizar para esconder o corpo da vítima, já morta.
A polícia afirma que o suspeito envolveu o corpo de Heder em um lençol e o colocou dentro do carro da própria vítima e começou a dirigir.
Na Avenida São Domingos, no Jardim Liberdade, por volta das 3 horas, o jovem perdeu o controle da direção e estourou o pneu do veículo em uma rotatória. Por conta disso, precisou pedir para um morador uma ferramenta para trocar o pneu.
De acordo com a polícia, o suspeito chegou a dizer à testemunha que havia um amigo dormindo dentro do veículo. No entanto, se tratava de Heder, já assassinado.
A testemunha emprestou a ferramenta e saiu brevemente. Foi então que o suspeito colocou fogo no carro e fugiu. Quando o morador voltou para pegar a ferramenta de volta, encontrou o veículo em chamas e acionou o Corpo de Bombeiros.
Busca por explicações
Assim que os bombeiros controlaram as chamas, localizaram o corpo no banco de trás do veículo. Com a ajuda de um exame papiloscópico e documentos, a polícia conseguiu identificar o corpo de Heder e descobriu que o carro pertencia à mãe dele.
No celular de Heder, policiais encontraram mensagens e ligações da mãe e do irmão, que estavam preocupados com ele. Isso porque, a vítima não havia voltado para casa no horário esperado. As mensagens, entretanto, nunca foram respondidas.
Fuga
A polícia afirma que depois de praticar o crime, o suspeito fugiu para a zona rural de Ipameri. Logo depois, fugiu novamente para o estado do Tocantins. Segundo os investigadores, as mudanças eram uma tentativa de dificultar sua captura.
Apesar disso, o rapaz acabou sendo localizado em um estabelecimento comercial da cidade de Goianira, no fim do mês de fevereiro deste ano. Com isso, foi preso de forma temporária.
Polícia não acredita na versão do suspeito
Durante o interrogatório, o suspeito alegou que teve um desentendimento com Heder, pois ele apresentou um comportamento agressivo. Na versão apresentava pelo rapaz, a vítima o tentou matar sufocado com um mata-leão. Portanto, nessa hipótese, o jovem o teria matado em legítima defesa.
O delegado do caso, André Veloso, não acredita na versão do suspeito. De acordo com o investigador, o laudo cadavérico constatou que o óbito foi provocado por lesões perfurocortantes na cabeça e peito da vítima, além do corpo ter sido carbonizado. O que, segundo ele, não faz sentido num caso de legítima defesa.
Vítima e autor não tinham nenhum antecedente criminal.
A polícia vai indiciar o suspeito por homicídio qualificado, pois houve surpresa e motivo torpe. Neste momento, ele está custodiado na Delegacia Estadual de Capturas (Decap).
O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. A previsão é de que a prisão temporária, com prazo de 30 dias, seja convertida em preventiva.