Preso vigilante penitenciário que furtou dinheiro de detento em Inhumas
Marcelo Gomes de Oliveira foi preso, nesta terça-feira (27), suspeito de furtar dinheiro de um…
Marcelo Gomes de Oliveira foi preso, nesta terça-feira (27), suspeito de furtar dinheiro de um detento da Unidade Prisional de Inhumas. O vigilante penitenciário roubou a quantia de dentro do carro do reeducando e depois apagou as imagens das câmera de segurança que teriam registrado o crime. Marcelo foi preso após uma colega o flagrar apagando as imagens do circuito interno e relatar o caso ao diretor da unidade. O vigilante está detido na mesma unidade prisional em que trabalhava.
Segundo nota enviada pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Marcelo possuía vinculo de contrato temporário com o presídio e o distrato do mesmo já foi solicitado. As investigações do caso estão a cargo da Polícia Civil (PC). (Leia na íntegra no final da matéria)
Também em nota, a direção da unidade repudiou os atos de Marcelo, que além do furto também ameaçou a colega de trabalho. “Informamos a todos os servidores desta Unidade Prisional, que a medida adotada por esta direção no presente caso, se aplicará em quaisquer casos que venham a se resultar de desvios de conduta de qualquer servidor, seja ele efetivo, temporário ou comissionado”, traz um dos trechos do comunicado. (Leia na íntegra no final da matéria)
O diretor da unidade acionou as polícias Civil e Militar, DGAP e o Ministério Público (MP-GO). No momento da prisão, Marcelo confessou o crime e afirmou ter agido sozinho. O Mais Goiás tentou contato com o responsável pela prisão, delegado Miguel da Mota, através de ligação às 11h33, mas não obteve retorno.
Nota da direção enviada pela DGAP:
“A 1ª Coordenação Regional Prisional da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que já foram tomadas as medidas administrativas cabíveis em relação à ocorrência, nesta terça-feira, 27/08, envolvendo o Vigilante Penitenciário Temporário (VPT) Marcelo Gomes de Oliveira, lotado na Unidade Prisional de Inhumas.
A 1ª Coordenação Regional Prisional ressalta que já foi solicitado o distrato do servidor, sendo este contrato temporário, e que as investigações do caso estão a cargo da Polícia Civil para as providências que o caso requer.
A DGAP vai apurar administrativamente o fato na forma da lei.”
Nota da direção da Unidade Prisional de Inhumas:
“NOTA DE REPÚDIO
A direção da Unidade Prisional de Inhumas, por intermédio de seu diretor, servidores administrativos, comissionados e plantonistas, manifesta seu mais veemente repúdio aos atos praticado pelo servidor MARCELO GOMES DE OLIVEIRA-Vigilante Penitenciário Temporário, lotado nesta Unidade Prisional.
Na data de hoje, 27/08/2019, o servidor em questão foi flagrado na área externa da Unidade Prisional arrombando os carros dos reeducandos do regime semiaberto, onde foi constatado após verificação do proprietário de um dos veículos, o furto de grande quantia em dinheiro que estava no interior do veículo. O mesmo, após a ação, deletou as imagens gravadas pelo circuito de monitoramento eletrônico da Unidade Prisional e ainda coagiu a colega de trabalho que o surpreendeu no momento em que operava o sistema de monitoramento, a não reportar o caso à chefia imediata, ameaçando-a em dizer que foi comparsa na ação.Após tomar conhecimento dos fatos, a direção desta Unidade Prisional, após ouvir as testemunhas, que eram seus próprios colegas de trabalho, entrou em contato com a Polícia Civil, Polícia Militar, Diretoria Regional Metropolitana e Ministério Público, onde foi realizado a busca pelo reeducando e logo, a sua prisão em flagrante, ainda em posse do dinheiro subtraído. No momento da prisão, o servidor MARCELO GOMES DE OLIVEIRA confessou o crime e dizendo ainda que nenhum outro agente teve participação no crime.
Como além do furto, ainda houve por parte do servidor Marcelo a grave ameaça contra colega de trabalho a fim de assegurar a impunidade do crime, o crime foi qualificado no artigo 157, § 1º, que é inafiançável.
Informamos a todos os servidores desta Unidade Prisional, que a medida adotada por esta direção no presente caso, se aplicará em quaisquer casos que venham a se resultar de desvios de conduta de qualquer servidor, seja ele efetivo, temporário ou comissionado. Prezamos sempre pelo devido cumprimento do dever legal a qual nos é atribuído, nos pautando sempre pela dignidade, lealdade, hombridade, respeito, para com os colegas, reeducandos, familiares, advogados, servidores de outras pastas, populares ou qualquer pessoa que dependam do trabalho desempenhado nesta Unidade Prisional.
Hoje temos conosco o sentimento de tristeza, pelo fato de ter sido necessário efetuar a prisão de um de nossos colegas, porém temos conosco a sensação do orgulho do dever cumprido, por zelar da honra de nossa instituição pela qual tanto nos orgulhamos e principalmente, zelar pela honra daqueles que cumprem seu dever com dedicação, orgulho, e sempre pautados na honestidade, cumprindo com total austeridade as legislações às quais estamos submetidos.
Ressalto ainda que, não estamos aqui julgando ou relacionando o fato do servidor ocupar o cargo de Vigilante Penitenciário Temporário com a prática do crime, pois sabemos que, seja o servidor ocupante de cargo efetivo, comissionado ou temporário, o que deve trilhar seus passos dentro do ambiente público é o seu caráter, não havendo, em qualquer que seja seu vínculo com a Administração, ocorrerá o mesmo resultado.
A direção desta Unidade Prisional, não medirá esforços para combater o desvio de conduta de seus servidores, sempre tratando os fatos com total transparência e imparcialidade, sempre se pautando na verdade e no fiel cumprimento de nossas legislações.“
*Thaynara Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira