Presos donos de garagens de veículos suspeitos de ligação com facções criminosas
Empresários de lojas de alto luxo se aliaram a facções criminosas para lavar dinheiro de tráfico de drogas e de roubo e adulteração de veículos
Dez homens e duas mulheres foram presos em uma operação que desarticulou uma quadrilha composta por empresários que mantinham negócios com facções criminosas de roubos de veículos e tráfico de drogas.
A equipe da Delegacia Estadual de Repressão aos Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA) atua na investigação há um ano e seis meses. Foi descoberto que empresários, donos de garagens de veículos de alto luxo, se aliaram a facções criminosas para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas e de roubo e adulteração de veículos.
O maior destes empresários, segundo a Polícia Civil (PC), era Paulo Eurípedes Caetano, o “Marelo”, que foi assassinado a tiros na porta da loja dele junto com um cliente, no Parque Oeste Industrial, em Goiânia, na tarde do último dia 18 de fevereiro. Dois suspeitos por este assassinato, que teria sido encomendado por uma facção criminosa como “queima de arquivo”, foram presos no mês passado.
“Eles montaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, que contava com a utilização de empresas, algumas verdadeiras, outras só de fachada, e também de vários ‘laranjas’, que são pessoas que alugavam os nomes, para a compra e venda de veículos e imóveis de alto luxo”, destacou o delegado Gustavo Rigo, titular da DERFRVA.
Outros dois empresários bastante conhecidos, que segundo o delegado também participavam efetivamente do esquema, são os irmãos Luis César Martins de Souza, e Luiz Eduardo Martins de Souza. Conhecidos como os “irmãos bola”, são donos de uma loja de utilitários de alto luxo na região da Vila Canaã, especializada na compra e venda de camionetes modelo Hilux.
Além dos 13 mandados de prisão preventiva, a Polícia Civil cumpriu 25 mandados de busca e apreensão, e apreendeu 30 veículos de luxo, dois deles adulterados. A Justiça autorizou o sequestro de nove imóveis pertencentes à quadrilha. E o bloqueio de R$ 18 milhões na conta de um dos investigados. Alguns dos mandatos de prisão foram cumpridos em condomínios fechados de alto luxo em Goiânia.
Durante a apresentação do caso à imprensa, o secretário da Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse que a Corregedoria da Polícia Civil (PC) investiga os motivos pelos quais a quadrilha, que atua há pelo menos dez anos em Goiás, nunca foi incomodada pelas forças de segurança.
“Eu não vou ser leviano de dizer que há agentes ou delegados envolvidos com o crime, mas é claro que nós precisamos descobrir porque estes bandidos, que todos sabiam quem são, e como agiam, já não foram presos e indiciados anteriormente, até porque nós descobrimos que há nove inquéritos contra eles aqui, e todos estavam parados. Mas a corregedoria já está olhando isso, e em breve veremos os resultados”, concluiu.
(Foto: Divulgação/PC