Presos na Operação Caifás são mantidos no cárcere, define Justiça
Bispo, juiz eclesiástico, cinco padres e um empresário considerado laranja têm pedido de Habeas Corpus negado na justiça goiana e no Superior Tribinal de Justiça
Mesmo depois de impetrarem Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e desembargadores negarem, defesa do bispo dom José Ronaldo Ribeiro e do juiz eclesiástico, padre Tiago Wenceslau remeteu o pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro Felix Fisher indeferiu a soltura na manhã da terça-feira, 27, mas determinou ao TJ-GO que avalie a legalidade da prisão.
A decisão do ministro foi confirmada pela Assessoria de Comunicação do STJ, e será publicada oficialmente apenas no dia 2 de abril, após recesso da Semana Santa no judiciário.
Ambos foram presos no último dia 19 de março, durante a Operação Caifás, para combater corrupção e desvio de pelo menos R$ 2 milhões na Igreja Católica.
A defesa do outro bloco de presos — cinco padres e um empresário apontado como laranja do esquema — também impetrou pedido de soltura ao Tribunal de Justiça de Goiás. Em decisão monocrática, a desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira negou.
A prisão dos dois e mais sete pessoas aconteceu depois de denúncias de gastos excessivos pela casa episcopal da cidade, além da falta de prestação de contas aos fiéis. A operação descobriu um esquema criminosos que desviou mais de R$ 2 milhões.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que os religiosos tinham um esquema de desvios, que chegaram até à compra de uma Casa Lotérica em nome de empresários laranjas, que também foram presos.
Na semana passada a justiça converteu em preventiva a prisão temporária quatro padres, o bispo e um empresário.
OPERAÇÃO
Deflagrada na madrugada desta segunda-feira (19) pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), a operação Caifás cumpriu 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão em três municípios de forma simultânea, sendo nove de prisão e cinco de busca e apreensão em Formosa; três de prisão e quatro de busca e apreensão em Posse; e um de prisão e um de busca e apreensão em Planaltina.
Foi decretado pedido de prisão temporária e de busca e apreensão para os seguintes investigados: Epitácio Cardozo Pereira (Vigário-geral Monsenhor), José Ronaldo Ribeiro (Bispo Diocesano), Duílio Rodrigues Menezes (Secretário de Mitra), Guilherme Frederico Magalhães (Secretário de Mitra), Moacyr Santana ( Padre), Mário Vieira de Brito (Padre), Thiago Venceslau (Juiz Eclesiástico) Antônio Rubens Ferreira, Pedro Henrique Costa Augusto, Edimundo da Silva Borges Junior, Waldson José de Melo (padre).
O nome da operação é uma referência ao bispo de Israel, Caifás, que participou do julgamento de Jesus, no Supremo Tribunal dos Judeus, após tê-lo prendido no Jardim de Getsêmani. Diante de Caifás, Jesus foi acusado de blasfêmia e foi entregue ao governador romano Pôncio Pilatos, por quem Jesus também foi acusado de motim contra Roma.