CILADA NA ESTRADA

PRF acende alerta vermelho para saúde de motoristas profissionais

Em um dos postos policiais, 85 motoristas foram parados num só dia: cinco foram impedidos de dirigir, e saíram em ambulâncias para emergências de hospitais

O silêncio de uma hipertensão foi o motivo de cinco motoristas de caminhões terem o direito de dirigir cassado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) desenvolveu em 40 pontos espalhados por todo o País o projeto Comando de Saúde nas Rodovias, durante essa semana. Em Goiás, 85 motoristas foram parados e passaram por exames médicos; cinco saíram em ambulâncias direto para emergências de hospitais.

Segundo o Inspetor Newton Morais, porta voz da corporação, a ação é desenvolvida pela PRF em todo o País, e busca traçar um perfil das condições do motorista. “Nós precisamos saber quem e em que situação estão os condutores profissionais. Os resultados foram assustadores, apesar de termos uma certa noção de que os motoristas são acometidos por problemas de saúde relacionados ao estresse, sedentarismo e até uso de medicamentos para se manter mais tempo dirigindo.”

Dos 85 motoristas parados no posto da Unidade Operacional de Anápolis, na BR-060, 14% (12) estavam com níveis elevados de pressão artéria, o que caracteriza hipertensão. “Os níveis de pressão chegaram a 18 por 12, um nível que os especialistas que participaram da ação afirmaram ser um risco”, disse Newton Morais.

Foram constatados 23% (20) dos motoristas abordados com algum problema glicêmico, maioria já considerados diabéticos, que não sabiam da doença, e por isso, não usavam medicação para controle. Mas o que mais chamou a atenção foi a quantidade de motoristas com problemas de visão — 40 dos parados, o que representa 47%.

“Se o motorista não nota algum problema na rodovia, não enxerga bem a estrada, não vê onde há o perigo, ele corre um risco altíssimo. Para cada identificação de um problema desse, se o motorista cumprir o que orientamos, de buscar um oftalmologista e passar a usar óculos, consideramos ter impedido pelo menos um acidente”, estima o inspetor Newton Morais.