Primo do morador de rua baleado pela PM em Goiânia diz que provas são forjadas
M.O.C., primo do morador de rua baleado por policiais militares na madrugada de sexta-feira (10)…
M.O.C., primo do morador de rua baleado por policiais militares na madrugada de sexta-feira (10) na Praça do Sol, região nobre de Goiânia, acusa a PM de forjar provas relativas ao caso para que a Justiça aceite o argumento de que incidem excludentes de ilicitude sobre a conduta dos agentes públicos.
“Tive acesso as fotos arquivadas no processo dele. A montagem foi tão mal feita que as fotos que estão arquivadas lá são diferentes dos relatos. A faca é diferente uma da outra. O policial falou que foi machucado no braço e na perna, mas, na foto do processo, a faca está em cima de uma cerâmica e não tem cerâmica daquele jeito lá na praça. A quantidade de sangue também é diferente de uma foto pra outra. Eles foram na intenção de linchar ele, foi isso que aconteceu”, conta.
Segundo M.O.C., o primo desenvolveu problemas psicológicos após ser demitido da empresa onde trabalhava e mora nas ruas há mais de um ano, mas nunca agrediu ninguém. O rapaz está internado em estado grave em um hospital da capital.
M.O.C. acredita que os policiais tinham a intenção de linchar o rapaz de 28 anos. Segundo o familiar, o homem desenvolveu problemas psicológicos após ser demitido da empresa onde trabalhava e mora nas ruas há mais de um ano, mas nunca agrediu ninguém. O rapaz está internado em estado grave em um hospital da capital.
“Algum morador fez uma denúncia anônima falando que ele estava alterado. A polícia foi lá averiguar. Como os policiais já tinham quase matado ele uma vez, ele tinha pavor da polícia. Nos relatos deles (policiais), ele estava nervoso e agressivo e partiu pra cima de um policial com uma faca. Meu primo não usa faca, ele não ia carregar uma faca daquele tamanho. Ele estava com garfo e colher pra ele comer”, explica o primo.
O homem foi parar nas ruas após ser demitido por ter um surto no local de trabalho
Segundo o parente, os dois cresceram juntos em uma família humilde que reside no Pará e que, apesar das necessidades, o primo nunca cometeu nenhum delito. “Ele nasceu e cresceu junto comigo lá em Tucumã, temos praticamente a mesma idade e viemos pra Goiânia juntos. É de família humilde, nunca foi preso, nunca roubou, nunca fez nada”, conta.
O homem foi para nas ruas após ser demitido da empresa onde trabalhava. “Trabalhava de carteira assinada em uma empresa, mas foi mandado embora depois ter um surto psicológico. Desde então, ele tem crises de ansiedade e depressão, mas nunca agrediu ninguém. Nem comida ele pedia. Ficava no banquinho dele lá, não pedia dinheiro pra ninguém. Inclusive, eu pago comida pra ele em um quiosque de lá e consegui uma psicóloga pra fazer o acompanhamento dele na praça mesmo, tava tudo marcado quando o me falaram o que tinha acontecido com ele”.
Familiar recebeu uma ligação com o noticia de que o primo havia sido morto
O familiar recebeu a notícia na manhã seguinte. “O dono do quiosque onde eu comprava comida pra ele me ligou e falou que tinham matado meu primo, alguns policiais tinham dado sete ou oito tiros nele lá. Eu fui pra lá desesperado. Cheguei e tinha sangue, não achei os documentos dele e vi as coisas que meu tio tinha comprado pra ele esses dias, tudo jogado. Me falaram que ele estava no IML, cheguei lá no IML e me falaram que ele estava entre a vida e a morte no Hugo. Encontrei ele lá muito ruim”, explica o primo.
Ao chegar no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), o familiar encontrou uma escolta da polícia do lado de foram do quarto onde estava internado. Ao questionar o motivo da escolta, o primo foi informado que havia um mandado em aberto para ele. M.O.C. procurou uma advogada para descobrir o motivo do mandado e foi informado da denúncia anônima.
Primo conta que homem morava na praça a mais de um ano
“Ele estava na rua, ali no setor Oeste a mais de um ano já. O pessoal que passava lá e via ele, cumprimentava e ajudava também. Mulher, senhor, senhora e pessoas novas conversavam com ele, dava conselhos para ele e ele nunca fez nenhuma maldade para qualquer pessoa. Tanto que não tem nenhum relato de agressão dele lá na praça”, relata o primo.
O Mais Goiás tentou contato com a Polícia Militar em busca de um posicionamento sobre o ocorrido, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
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