Infecção

Problemas de higiene no HMI contribuíram para infecções, diz SRTE

Auditoria realizada na unidade de saúde encontrou inseto morto junto a materiais já esterilizados e armários com sujeira e mofo

Higienização incorreta e insuficiente no ambiente hospitalar, falta de armários para guardar roupas e materiais, uso de adornos (alianças) em espaço de trabalho e uso de calçados inadequados. Estas foram as quatro infrações constatadas em uma auditoria realizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) no Hospital Materno Infantil (HMI).

As visitas aconteceram nos dias 13, 16 e 20 de março no Centro de Material e Esterilização (Cme) e no centro cirúrgico da unidade. Ou seja, a fiscalização começou antes de dois recém-nascidos morrerem na semana passada em decorrência de infecções causadas por Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KCP), um microorganismo multirresistente. Os bebês estavam na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin).

A direção da unidade aponta a superlotação como o principal problema que contribuiu para a infecção. Porém, para o auditor do Trabalho, Ricardo Oliveira, apesar da fiscalização não ter acontecido desta vez na Ucin, os problemas com higienização na unidade de saúde são recorrentes. “Se a superlotação existe, a preocupação com o ambiente impecavelmente limpo precisa ser redobrada. A KCP não é transmitida pelo ar, mas por equipamentos e superfícies contaminadas”, avalia o auditor.

Irregularidades

De acordo com o relatório da auditoria, também foi encontrada sujeira em armário onde as roupas de uso dos funcionários do hospital são guardadas; paredes com furos e superfície inadequada que prejudicam a higienização; teto em mal estado de conservação; e luminárias que não permitem higienização.

Além disso, os auditores encontraram um inseto morto e sujeira junto a materiais já esterilizados e mofo no aparelho de ar condicionado que estava em uma sala de cirurgia. De acordo com a SRTE, o HMI está funcionando contrariando normas legais e regulamentares pertinentes.

Por nota, o HMI informou que não está apto a se pronunciar sobre a auditoria porque ainda não recebeu relatório de constatação de fiscalização do Ministério do Trabalho. O documento será repassado dia 31 de março, às 15h, em reunião entre representantes do órgão e do hospital. No texto, a direção da unidade lamenta não ter recebido a notificação formalmente antes das informações serem repassadas à imprensa. Cada uma das infrações encontradas pela SRTE deve gerar multa de aproximadamente R$ 4 mil ao hospital.