Procon fecha quiosque que forçava adesão a ‘clube de vantagens’ no Aeroporto de Goiânia
Empresa fechava negócios sem a anuência de clientes. Pacotes custavam, em média, R$ 1,2 mil
Fiscais do Procon Goiás fecharam um quiosque que oferecia adesão a um ‘clube de vantagens’ com abordagens abusivas no Aeroporto de Goiânia. Segundo apuração do órgão, funcionários abordavam usuários e fechavam contratos sem consentimento do consumidor. Apenas em 2024, 50 reclamações foram formalizados por passageiros que se sentiram lesados. A empresa, cujo nome não foi revelado, também apresenta volume de queixas no Reclame Aqui.
Consumidores afirmam que eram abordados próximo da área destinada ao embarque e que vendedores insistiam em pará-los mesmo diante da recusa ou da flagrante possibilidade de atraso para os voos. Entre os itens oferecidos estavam benefícios, como descontos em pacotes de TV, revistas e passagens aéreas. O argumento mais utilizado era de que se tratava de uma ‘oportunidade única’.
No entanto, o serviço ofertado custava, em média, R$ 1,2 mil, com possibilidade de parcelamento no cartão de crédito. Uma idosa relatou que um vendedor pediu o cartão dela e verificou o número de segurança para fechar o contrato, mas foi impedido pelo filho da mulher, que desconfiou de um eventual golpe.
Procon fechou quiosque no Aeroporto de Goiânia por falta de transparência e comportamento abusivo
De acordo com o superintendente do Procon Goiás Marco Palmerston, vendedores se aproveitavam da pressa e da vulnerabilidade de idosos para fechar contratos sem transparência.
“Muitas vezes, esses vendedores falam muitas coisas ao mesmo tempo, causando confusão no raciocínio da pessoa e acabam vencendo pelo cansaço. O consumidor tem que estar atento, negar essa contratação e não entregar nenhum tipo de documento ou cartão sem saber, de fato, do que se trata o serviço”, afirma.
A empresa, que já tinha sido notificada pelo órgão no último mês de outubro, foi interditada, visto que não apresentou documentações suficientes para continuidade da atividade. Segundo o Procon, o quiosque não tem contrato de adesão com cláusulas claras, não passava informações adequadas aos consumidores, utilizava publicidade enganosa e captava clientes de forma abusiva.
Com isso, o negócio está proibido de realizar qualquer tipo de comércio, inclusive de maneira eletrônica. O consumidor que se sentir lesado, pode fazer reclamações ou denúncias no Procon Goiás pelos telefones 151 (Goiânia) ou (62) 3201-7124 (cidades do interior). O registro pode ser feito ainda pela plataforma Procon Web (proconweb.ssp.go.gov.br).