Produtores rurais de Mineiros sofrem com falta de energia elétrica há três dias

Produtores rurais de Mineiros sofrem com as consequências da falta de energia elétrica há cerca de três dias. O agropecuarista Rafael Hidalgo vive na região do povoado de Babilônia, perto da zona urbana do município, e conta que já perdeu máquinas, alimentos e até medicamentos para animais em função da falta de eletricidade. O prejuízo é de cerca de R$ 10 mil.

Rafael afirma que está sem energia elétrica desde o fim da tarde de segunda-feira (17) e não sabe ao certo o motivo. Porém, segundo o produtor rural, o problema atinge pelo menos outros 100 moradores, nas regiões de outros povoados como Rochedo e Salto Diamantino.

O agropecuarista diz que a população sofre com a instabilidade elétrica há meses e, semana após semana, as interrupções de energia se tornam cada vez mais longas e sem solução.

“Era comum vez ou outra faltar de energia, porém sempre foi solucionado de forma rápida. Com o passar de tempo, a frequência se tornou semanal, depois passou a acabar duas ou três vezes por semana. O máximo que já aconteceu foi ficar 26 dias sem enegia, no mes de novembro de 2021”, detalhou Rafael Hidalgo.

A Enel é a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica. Porém, Rafael diz que sempre que procura os canais de atendimento da companhia, os técnicos estipulam horários para o restabelecimento de energia, que nunca são cumpridos.

“O tempo nunca mudou nada. Pode estar fazendo sol ou chuva, noite ou dia, e o problema é o mesmo! diz Rafael.

Salto Diamantino

A situação na região de Salto Diamantino, também na zona rural de Mineiros, é ainda pior. Ao Mais Goiás, o produtor rural Jordano Irineu Ballock afirma que está há mais de 30 dias sem energia elétrica.

Jordano diz que já procurou a Enel diversas vezes e em todas elas recebe a resposta de que o fornecimento de energia será restabelecido. No entanto, isso não acontece. Enquanto isso, o prejuízo do produtor já ultrapassa os R$ 10 mil.

Prejuízos da falta de energia elétrica

Segundo o agropecuarista Rafael Hidalgo, “existem inúmeras formas de prejuizo causados pela falta de energia”. Um deles é o fato dos alimentos se decomporem de forma muito mais acelerada por falta de refrigeração.

“O cara trabalha o mês inteiro pra ganhar seu salário, que fica praticamente metade em compras, e perde tudo que é de geladeira, como carne, verduras,  legumes e etc”, lamenta o agropecuarista.

Um outro prejuízo está nos maquinários usados na produção agrícola. “Já perdi varios aparelhos. Troquei duas vezes a minha repetidora de sinal, que custa em torno de R$ 3,5 mil cada”, relata Rafael.

O agropeacuarista detalha ainda que está construindo um ‘barracão’ e precisou alugar um gerador de energia para conseguir levantar uma estrutura metálica, pois quando a equipe chegou para realizar o serviço, não havia eletricidade para fazer a soldas da estrutura.

“Loquei um caminhao para fazer o serviço de levantar a estrutura metalica, serviço que gastaria no maximo 1 hora de aluguel do caminhao, que é R$ 300. Mas acabou a energia no dia, nao tive como fazer as soldas e tive que vir na cidade locar um gerador pra terminar o serviço. No total foram 6 horas do caminhao, que deu R$ 1.800,, fora minha ida e volda de combustivel, mais o aluguel do gerador”, disse o produtor.

O que a Enel diz?

A reportagem do Mais Goiás procurou a Enel a fim de uma resposta à falta de energia. A companhia respondeu que o fornecimento de energia já foi restabelecido na região.

A empresa destacou que equipes têm inspencionado todo o circuito elétrico da região, que tem cerca de 50 quilômetros de extensão. Além disso, possui duas equipes especializadas com drones, que estão fazendo uma nova varredura detalhada em toda a rede para identificar outros trechos que precisem de intervenção.

A Enel diz ainda que três equipes vão efetuar as correções necessárias, a fim de garantir a qualidade do fornecimento de energia na região.

O que causa essa queda de energia frequente?

Segundo a Enel, a região enfrenta grandes e complexas ocorrências de queda de energia por conta dos fortes temporais que atingem a região. Além disso, a concessionária afirma que os locais costumam ser de difícil acesso, com presença de atoleiros, áreas alagadas e de mata fechada.

“A incidência de chuvas tem sido frequente durante os atendimentos, impactando ainda mais o trabalho das equipes. Desde o início do mês, mais de 20 equipes atuaram para recuperar a rede elétrica e retomar o fornecimento. Técnicos removeram árvores que estavam sobre sobre a rede, emendaram cabos partidos e substituíram componentes da rede danificados, como isoladores e chaves”, enfatizou a empresa.