OPERAÇÃO RAINHA DO GADO

Professora aposentada do DF é presa suspeita de fraudar R$ 32 milhões em empréstimos

Agentes da Polícia Civil do DF também cumpriram oito mandados de busca e apreensão contra 10 investigados pela associação criminosa

Imagens da operação Rainha do Gado, no DF (Reprodução/TV Globo)

Uma professora aposentada da rede pública do Distrito Federal, com um salário de R$9.433,34, foi presa nesta terça-feira (18) suspeita de fraudar mais de R$ 32 milhões em empréstimos. Agentes da Polícia Civil do DF também cumpriram oito mandados de busca e apreensão contra 10 investigados pela associação criminosa.

Ao todo, 80 policiais participaram da ação. As investigações apontam que o esquema consistia em empréstimos feitos em nomes de várias pessoas. Servidores teriam facilitado o acesso a contracheques para que as fraudes fossem cometidas.

Descoberta

De acordo com a PCDF, a estrutura criminosa contava com outros parentes da mulher, bem como empregados dos bancos.  Denúncias relataram que a líder do grupo e sua família estariam “levando uma vida fora do padrão da realidade salarial”, além de que o marido dela estava desempregado.

“Eles possuem cinco filhos, sendo que a líder da célula, presa na manhã de hoje, é a responsável pelo sustento de toda a família. Segundo apurado, a família possui vários carros e imóveis na cidade de Brazlândia, além de uma fazenda na cidade de Esperantina/PI”, descreve a ocorrência.

Investigação

A polícia percebeu que a maior parte das movimentações foram transferências entre servidores da Fundação Educacional do DF, principalmente professores e agentes de serviços gerais.

A investigação apontou ainda a suposta alteração de contracheques de servidores do GDF, para aumento temporário da margem de crédito dos beneficiários do esquema.

A Secretaria de Educação informou que não recebeu informações oficiais da Polícia Civil sobre a investigação. A pasta disse ainda que, assim que souber dos detalhes, “acompanhará rigorosamente o caso e tomará todas as medidas administrativas necessárias para garantir a transparência e a legalidade no processo”.

Segundo a PCDF, os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e contra a administração pública. As penas podem chegar a 40 anos de prisão.

Como eles não tiveram os nomes divulgados, não foi possível localizar as defesas para posicionamento.