Professores de Aparecida protestam por pagamento de jornadas duplas
Um grupo de 50 professores que atua nos Centro Municipal de Educação Infantil (Cmeis) de…
Um grupo de 50 professores que atua nos Centro Municipal de Educação Infantil (Cmeis) de Aparecida de Goiânia protesta, na manhã desta sexta-feira (29), na porta da Secretaria de Educaçãodo município. Os profissionais afirmam que tiveram os valores de jornadas duplas cortados e que sofrem perseguição dentro da pasta.
Segundo uma professora, de 38 anos, que preferiu não se identificar, os turnos duplicados, também chamados de “dobras”, não estão sendo pagos desde o fim de 2020 a cerca de 1 mil profissionais. Com o que chama de “cortes”, professores, de acordo com a educadora, não estão trabalhando em um dos turnos, o que estaria prejudicando a educação de 5 mil crianças.
“A justificativa dada é a de que os valores estavam muito dispendiosos para a secretaria, mas sabemos que o nosso salário é pago com o dinheiro que vai do Fundeb. Com a redução dos valores, têm professores que não receberam nem um salário mínimo. Além disso, as dobras foram dadas por causa de déficit, mas se tem déficit porque estão tirando esses professores e não estão repondo?”, questiona.
Por outro lado, a Secretaria de Educação afirma que não houve cortes, mas cancelamentos automáticos de contratos no último dia 31/12. A pasta também rebate a informação de que 1 mil profissionais teriam sido atingidos: “apenas 88 professores tiveram contratos encerrados”, consta em nota enviada ao Mais Goiás (veja mais abaixo).
Alunos
A educadora revela que chegou a ter uma reunião com o secretário da Educação da cidade, mas que não houve sucesso na negociação. Segundo ela, dobras eram fundamentais para o andamento do trabalho e atenção as crianças, principalmente àquelas que não têm acesso à internet.
“Nós [professores de Aparecida] fomos pioneiros em aderir as aulas remotas. Com muitas crianças que não têm acesso à internet, de forma responsável, fomos na casa dos alunos e levamos um kit com o cronograma das aulas, lápis, giz de cera, para ajudar as crianças”, pontua.
Ela afirma que os supostos cortes também afetaram profissionais que auxiliam pessoas com deficiência. “O direito de estudar está na constituição e a prefeitura está tirando isso dessas crianças”, sublinha.
Resposta
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação disse que os contratos de que atua em escolas e Cmeis da cidade foram encerrados automaticamente em 31 de dezembro do ano passado. “Neste sentido, a SME destaca que não está havendo nenhum corte, tendo em vista que não há contrato vigente. A pasta informa ainda que os servidores que atendem as crianças da Educação Especial em regime de dobra serão mantidos após assinatura de novo Termo de Compromisso junto à Coordenadoria de Recursos Humanos da SME”, diz o texto.
Professores de Aparecida protestam pela volta de pagamento de dobras (Foto: Leitor/Mais Goiás)**Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe do Portal www.EMAISGOIAS.com.br pelo WhatsApp (62) 98272-3896 ou entre em contato pelo (62) 3259-6500