Professores de Niquelândia acampam em frente à prefeitura para cobrar salários atrasados
De acordo com os manifestantes, desde dezembro do ano passado os pagamentos não são realizados; também estão atrasados o 13º de 2016 e 2017
Servidores da Educação Municipal de Niquelândia, a cerca de 310 quilômetros de Goiânia, estão acampados na porta da prefeitura desde a última quinta-feira (22/02) em protesto pela regularização dos salários atrasados. De acordo com os manifestantes, eles estão sem receber há três meses.
Além dos salários de dezembro do ano passado e de janeiro e fevereiro deste ano, os servidores também não receberam o 13º de 2016 e 2017. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Educação em Goiás (Sintego) regional Niquelândia, Maria Geralda Ferreira, cerca de 1,5 mil funcionários estão passando por dificuldades, pois boa parte deles sobrevivem apenas da renda da prefeitura.
“De professores a merendeiras, vigias, pessoal de serviços gerais. Ninguém aguenta mais essa situação. São muitos meses e as contas não esperam. E o pior, nem é dada uma satisfação em relação quando serão feitos os pagamentos”, destaca Maria Geralda.
A presidente do Sintego em Niquelândia ainda aponta que servidores de outras áreas também estão sofrendo com os atrasos. “Somente a área da saúde está com os pagamentos em dia. No nosso caso, os servidores administrativos receberam o mês de dezembro, mas ainda faltam mais pagamentos e, principalmente, dos 700 professores que não receberam nada ainda”, explica.
Sem a regularização dos salários, os servidores avaliam a possibilidade de greve. Na próxima quarta-feira (7) a categoria deve se reunir em assembleia para discutir uma possível paralisação. “Cerca de 5 mil alunos podem ser prejudicados. No momento, estamos realizando um rodízio nas escolas. Uns trabalham dois dias seguidos enquanto outros ficam aqui e depois trocamos, mas não dá para continuar desta forma”, lamenta Maria Geralda.
Dificuldades
É através da colaboração de moradores que a professora de educação infantil, Idemi Oliveira Espíndola, de 50 anos, consegue se manter. Desde que acamparam em frente à prefeitura, muitas pessoas se solidarizam e doam alimentos para os professores. “É bonito e triste ao mesmo tempo. Saber que as pessoas te ajudam para cobrar um direito seu, te dá uma alegria. Mas é triste ver o descaso que os governantes nos tratam”, desabafa.
Idemi conta que há 16 anos trabalha na prefeitura e já enfrentou diversos percalços sobre os salários. “De seis anos para cá a situação ficou bagunçada. Porém, antes, vencia um mês e recebíamos o anterior. Mas ficar três meses sem nenhuma justificativa, não dá!”, finaliza.
O Mais Goiás entrou em contato com a Prefeitura de Niquelândia, mas nossas ligações não foram atendidas.
*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.