Professores protestam na Seduc contra a retirada de profissionais de apoio das escolas
Mobilização reuniu também pais de crianças com deficiência. Segundo eles, Secretaria de Educação pretende colocar estagiários no lugar dos professores de apoio
Pais de crianças com deficiência e professores de diversas escolas se mobilizaram na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na tarde desta sexta-feira (29) para protestar contra a retirada dos profissionais de apoio das salas de aula. Segundo os docentes, no dia 18 de dezembro a Secretaria pretende substituir os professores de apoio por estagiários, o que tem gerado preocupação.
Na opinião de Elaene Silva, mãe de uma menina de 11 anos de idade que precisa de acompanhamento especial, a Seduc vai tomar essa medida para conter gastos, “porque o valor pago para um estagiário é menor”.
“A Secretaria está interferindo no processo de aprendizagem, não respeitando a parte pedagógica dos alunos. Querem tirar o profissional capacitado para colocar alguém inexperiente. As crianças terão prejuízos na aprendizagem e socialização”, afirma.
A mãe ainda explica que a rotatividade dos estagiários não trará segurança para os estudantes. “Esse é o fim da inclusão na rede estadual. É preciso dar continuidade a esse projeto com profissionais capacitados e não com alguém despreparado”, conclui.
Uma docente, que preferiu não se identificar, afirma que com essa medida, os avanços alcançados com os alunos, vão acabar. A profissional é professora de apoio de uma menina de 14 anos.
“Atualmente todos os professores de apoio possuem graduação, pós-graduação e diversos cursos voltados para a educação de crianças com deficiência. Será que o estagiário que não possui esses cursos, vai conseguir?”, afirma.
“A criança já é excluída na sala de aula, e o professor de apoio está lá também para promover essa inclusão. Nosso apelo é esse, vamos manifestar até o fim para que nossas crianças continuem com a ajuda necessária”, acrescenta a docente. Conforme ela, vários pais de alunos pretendem procurar o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), para tentar solucionar o caso.
Ao Mais Goiás, a Seduc se limitou a dizer que “uma reunião está sendo realizada nesta tarde e, assim que terminar, as informações sobre o encaminhamento do caso será repassado”.