Investigação

Promotoria de Goiás diz que já investigava denúncias contra João de Deus

Ministério Público informou que os novos casos que têm sido relatados à imprensa também serão apurados a partir desta segunda-feira (10)

O Ministério Público de Goiás informou neste domingo (9) que já havia investigações abertas ao menos desde junho deste ano para apurar suspeitas de abuso sexual pelo médium João de Deus. Segundo a Promotoria, os novos casos que têm sido relatados à imprensa também serão apurados a partir desta segunda-feira (10).

No sábado (8), 13 mulheres relataram ao jornal O Globo e ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, terem sido abusadas sexualmente pelo médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, que mantém a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no interior de Goiás.

Uma delas, a holandesa Zahira Lieneke Mous, contou que conheceu o local em 2014, quando buscava a cura para o trauma de ter sofrido abusos sexuais no passado. Após pesquisas, sentiu-se à vontade para ir sozinha até a casa.

Na segunda visita à Abadiânia, foi informada que teria uma consulta particular com o médium em um escritório que fica dentro da casa. Ao chegar no escritório, o médium pediu para que ela ficasse de costas, conduzindo-a para um banheiro. Depois, ele teria colocado as mãos dela no pênis dele e fez com que elas se movimentassem.

Além do relato de Zahira, outras denúncias também têm sido divulgadas. Nesta segunda-feira, o Ministério Público fará uma coletiva para dar mais detalhes sobre os casos.

O delegado de Corumbá de Goiás, área que responde por Abadiânia, Rodrigo Jayme, afirma que deve abrir uma investigação sobre os casos nesta segunda.  É um fato gravíssimo que precisa ser apurado. Vamos determinar à Polícia Civil local que empreenda diligências”, diz.

Segundo ele, nos últimos meses, a Polícia Civil local não recebeu denúncias contra o médium. Não há informações sobre registros em outras cidades.

Mulheres que relataram os abusos ao jornal O Globo, no entanto, afirmam que tinham medo de represálias e só fizeram as denúncias após saber que mais mulheres haviam passado pela situação.