chacina Solar Bougainville

Promotoria denuncia PMs por morte de adolescente desaparecido há 6 anos em Goiás

João Vitor, 14, foi para casa de amigos jogar videogame, segundo investigação; outros três jovens morreram na ação

Foto: Arquivo Pessoal

Quatro policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás sob acusação de matar dois jovens e dois adolescentes em Goiânia há seis anos. O corpo de uma das vítimas, João Vitor, um adolescente de 14 anos desaparecido, nunca foi encontrado.

Três deles foram mortos dentro de casa quando, segundo testemunhas, jogavam videogame. O adolescente de 14 anos foi retirado vivo da residência e morto numa mata a cerca de 2,4 km do local em estava, segundo a Promotoria.

O caso ficou conhecido como “chacina Solar Bougainville“, em referência ao nome do bairro onde ocorreu o crime.

Foram denunciados os policiais Fabrício Francisco da Costa, Thiago Antonio de Almeida, Eder de Sousa Bernardes e Cledson Valadares Silva Barbosa, integrantes do Batalhão de Choque da PM na ocasião.

Em nota, a PM de Goiás afirmou que “o referido caso está sob análise do Poder Judiciário”.

“A PMGO reafirma seu compromisso com a transparência e a legalidade, se colocando à total disposição dos órgãos julgadores”, afirmou a corporação.

Marley Ferreira Nunes, 17, Matheus Henrique de Barros Melo, 19, e Divino Gustavo de Oliveira, 19, foram mortos no dia 23 de abril dentro da casa da avó de Matheus. À época, os PMs afirmaram que foram à residência checar a presença de um carro roubado no local. Eles relataram que foram recebidos a tiros e reagiram.

A Promotoria afirma que uma perícia indica que não houve confronto entre eles.

João Vitor Mateus de Oliveira, 14, também estava no local, de acordo com testemunhas. Desde aquele dia o adolescente é considerado desaparecido.

Os policiais negaram em depoimento que o garoto estivesse na casa. Contudo, a investigação encontrou um par de chinelos e parte do celular que ele usava numa mata no Residencial Forteville, distante 2,4 km da casa de Matheus. No local, também foram encontrados projéteis de arma de fogo.

A suspeita da Promotoria é de que João foi morto para não testemunhar sobre o assassinato dos amigos.

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*Via Folha de São Paulo