DESCONHECE PRONTUÁRIO

Prontuário de psicóloga que morreu durante exame em Goiânia tem rubrica de médica de licença

Médica disse que desconhece o prontuário e que está de licença maternidade e afastada do trabalho há dois meses

Bruna Faria, de 27 anos, morreu após passar mal durante exame de contraste em clínica de Goiânia (Foto: Reprodução - Redes Sociais)

O prontuário da psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, foi assinado por uma médica que está de licença e, portanto, não trabalhava no dia. A jovem morreu no último dia 21 de dezembro após realizar um exame de contraste no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, situado no Setor Marista, em Goiânia. Segundo o relatório médico, Bruna começou a passar mal cerca de 30 segundos depois da aplicação.

O prontuário, obtido pelo jornal O Popular, mostra a prescrição de um contraste para a realização de uma ressonância magnética no coração. O documento é assinado pela médica cardiologista Renata Bastos Frota. No entanto, também ao jornal, a médica disse que desconhece o prontuário e que está de licença maternidade e afastada do trabalho há dois meses.

Ela se solidarizou com a família de Bruna e disse que vai investigar o que aconteceu.

A clínica divulgou uma nota oficial lamentando a morte da jovem e explicando que a reação que ela pode ter sofrido ao contraste para fazer uma ressonância magnética é extremamente rara. No texto, a unidade também informou que “está apurando as informações, fornecendo todos os documentos solicitados e cooperando ativamente com as autoridades que buscam esclarecem o caso”.

Foi confirmado que a cardiologista presta serviço à unidade, mas a clínica não se manifestou sobre a declaração da médica, que disse desconhecer o documento ou que tenha assinado o prontuário.

Também de acordo com a clínica, assim que Bruna começou a passar mal, o exame foi interrompido e a paciente foi levada para a sala de recuperação. Ela, então, teve uma “piora clínica súbita”. Os médicos chamaram uma ambulância e tentaram manobras de reanimação, mas ela não resistiu.  

Bruna teve dois AVCs há cerca de 50 dias. A jovem fez uma bateria de exames para descobrir a causa. (Foto: Reprodução – Redes Sociais)

Entenda caso de psicóloga que morreu durante exame

De acordo com a mãe de Bruna, Jane Alves de Souza, a filha teve dois AVCs há cerca de 50 dias. A jovem fez uma bateria de exames para descobrir a causa. Entre eles, outros procedimentos com contraste. Mas nunca tinha se sentido mal.

“Na hora que aplicou o contraste, ela falou assim: ‘Estou passando mal’, e começou a tossir. Eles a tiraram rápido, no colo. Eu fui junto para esse quartinho com ela e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. E já veio uma moça e aplicou uma injeção nela e ela [Bruna] falou: ‘Estou sem ar’. Foi a última palavra que ela falou”, desabafou a mãe.

O delegado responsável pelo caso, Kleyton Manoel, informou que não vai comentar sobre as investigações no momento.

Veja a nota completa da clínica:

“Aguardaremos o resultado do laudo que vai determinar a causa da fatalidade, mas, desde já, nos solidarizamos com os familiares e amigos da paciente e seguimos à disposição para prestar toda a assistência necessária. Reforçamos que em nossos exames são adotados elevados padrões de segurança, com acreditação em grau máximo e procedimentos certificados pelas autoridades do setor, sempre buscando garantir o bem-estar e a saúde de nossos pacientes, valores que sempre fizeram parte da história da clínica”, diz a nota enviada pelo advogado do médico Ary Monteiro.