Sudoeste Goiano

Prova com conteúdo homofóbico gera demissão de professor de Medicina em Rio verde

Universidade demitiu o profissional nesta quarta (27). Representante estudantil afirma que questão foi extraída de um banco de perguntas e não foi produzida pelo docente

Acadêmicos do 5° período de Medicina da Universidade de Rio Verde protocolaram denúncia anônima na ouvidoria da instituição contra professor,  não identificado, por causa de uma questão considerada homofóbica em uma prova da disciplina de Clinica Cirúrgica aplicada no último dia 21/6. Após processo administrativo, o docente responsável pelo certame foi demitido nesta quarta-feira (27).

No enunciado, um paciente de nome Davi estava com um abcesso na nádega, mas esse não foi o ponto que chamou atenção. No período seguinte, o texto reforça que seu noivo, “tresloucado” com a situação, perfurou a região com “espinho de um limoeiro em um movimento rodopiante de bailarino, imitando um beija-flor”.

O conteúdo foi considerado homofóbico e sexista pela própria instituição, que, em nota assinada pelo reitor Sebastião Lázaro Pereira, declarou que o “comportamento isolado não reflete o pensamento da instituição”. O nome do professor, porém, não foi revelado. Veja a íntegra na imagem a seguir:

O documento foi publicado no site da instituição (imagem/UNIRV)

O Mais Goiás não conseguiu contato com alunos do 5° período de Medicina da instituição.

Outro lado

Todavia, segundo o presidente do Centro Acadêmico (CA) do curso, Paulo Appolônio Filho, que cursa o 7° período de Medicina na instituição, a denúncia deixa “transparecer apenas um lado dos fatos”. Segundo o representante, a questão foi extraída, pelo professor, de um banco de perguntas utilizado por docentes e alunos que se candidatam a processos de residência médica.

“Era uma questão já pronta. Ele chegou a realizar edições nela, com a retirada dos termos ofensivos. Isso ocorreu em frente a um grupo de alunos, mas, infelizmente, apesar disso, a questão acabou indo para a prova em sua forma original. A autoria não está vinculada ao professor, isso está claro para o CA e para os alunos”.

A publicação do conteúdo ofensivo gerou um processo administrativo, segundo Paulo, para que “fossem resguardados os princípios éticos que regem a instituição”. “Inclusive teve retratação. Ele teve a honra de procurar o CA e a turma para explicar o erro. O problema já estava sendo esclarecido quando um aluno resolveu expor a situação à mídia, gerando até mais problemas”, reforça.