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Quadrilha que falsificava documentos de veículos locados para revenda em Goiânia é desarticulada

Um funcionário do Ciretran de Guapó está entre os detidos; veículo eram locados, tinha os documentos adulterados e vendidos para fora do Estado

Um quadrilha foi apresentada pela Polícia Civil na manhã desta quinta (15) suspeita de falsificar documentos de veículos que eram locados. Eduardo Elias Aires Brito, Gerson Divino Espíndola Lopes, Rafael Mariano Barbosa e Thiago Marques Araújo, funcionário do Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Guapó, foram detidos e poderão ser condenados a mais de 25 anos de prisão.

Segundo o delegado Kleiton Manoel, da Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), os suspeitos alugavam carros e, com o decorrer do prazo de devolução à locadora, eles preparavam a falsificações dos documentos. “Ao preparar o veículo, eles já arrumavam compradores, principalmente, fora do Estado, como Maranhão e Tocantins”, destaca.

As prisões ocorreram em diversas cidades. Rafael e Thiago foram detidos em Guapó, Eduardo em Goiânia e Gerson em Itaberaí. Este último foi preso no momento em que saiu da cidade para vir a capital e entregar o veículo para passar pela vistoria em Guapó. “Ainda não estava vendido, mas a documentação estava sendo preparada, com certificado de transferência falsificado após passar por vistoria em Itaberaí”, conta o delegado.

Thiago estava com a senha de acesso ao sistema do Ciretran bloqueadas. Segundo o delegado, ele já havia sido flagrado na mesma ação pouco tempo antes. “Por causa disso, tinha toda uma facilidade na transferência e na vistoria, que também ocorria de forma fraudulenta”, destaca.

Três veículos foram identificados: Um Nissan Sentra, Fiat Toro e um caminhonete S-10, mas, até no momento, a caminhonete, que estava sob domínio de Eduardo, não foi localizada, já que o mesmo não quer revelar.

O delegado destaca que o maior prejuízo, no final das contas, era do consumidor, que confiava na autenticidade do veículo. “Quando o veículo saía com documentos no nome de outra pessoa, ele pode vender pra qualquer um. Exemplo é um desses veículos que valem R$ 80 mil em uma concessionária e era revendido pela quadrilha por R$ 65 mil. Ou seja, o lucro deles é imensurável e o comprador era procurado pela locadora após constatar a transferência”, explica o delegado, ressaltando que ainda será analisado registros de veículos constados como desaparecidos nas locadoras para verificar possível ligação com a quadrilha.

Gerson era considerado o cabeça da quadrilha pela extensa lista de passagens por estelionato. Eduardo também possuía passagem por receptação. Já Thiago e Rafael não possuíam registros. Agora, todos responderão por falsificação de documentos públicos, tentativa de estelionato e organização criminosa.