Quadrilha vendia remédio experimental contra covid por preço 20 vezes maior
Sete suspeitos de se juntarem para abordar pacientes de vítimas em estado grave foram indiciados na Decon
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) identificou sete pessoas que estariam abordando parentes de pacientes internados com a Covid-19 e oferecendo um remédio que ainda está em fase experimental por um preço até 20 vezes maior que o praticado pelo mercado. Os suspeitos, que pertenceriam a dois grupos diferentes, foram indiciados por associação criminosa, e crime contra a saúde pública – delitos que, somados, tem pena máxima de reclusão que pode passar de 15 anos.
De acordo com as investigações, que começaram no último mês de abril, após adquirirem o medicamentos Tocilizumabe, de nome comercial Actemra, que está em falta no mercado, os integrantes dos dois grupos procuravam, em redes sociais, por familiares de pacientes que estavam internados em estado grave com a Covid19. O grupo então, apuraram os policiais, oferecia uma caixa de Tocilizumabe de 200 mg, que normalmente custa R$ 775,42, por R$ 18.500.
“Teve gente que vendeu carro e até casa para tentar salvar a vida de um familiar com um remédio que, todos sabemos, ainda está em fase experimental. Nós recebemos a denúncia aqui em abril, inicialmente chegamos até uma pessoa, mas depois identificamos outras seis, que pertencem a dois grupos diferentes, mas que sempre se comunicavam”, descreveu o delegado Webert Leonardo, titular da Decon.
Os dois grupos, ainda de acordo com o delegado, eram bastante organizados, e se dividiam em três núcleos, onde alguns ficavam responsáveis pela compra dos medicamentos, outros por identificar parentes de pacientes, e outros que procuravam estas pessoas, e faziam as vendas. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, os agentes da Decon localizaram amostras do medicamento Tocilizumabe (Actemra), e itens da droga Propovan (Propofol), que é utilizada para a sedação em pacientes em procedimentos cirúrgicos, produto este que compõe o chamado kit intubação, além de R$ 11 mil em espécie, e receituários de medicamentos de uso controlado em branco.
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