DENTRO DO ESPERADO

Quadro de saúde de Valentina, gêmea siamesa separada em Goiânia, é gravíssimo

Quadro de saúde da outra irmã é grave, porém, estável. Recuperação das siamesas segue dentro do esperado pela equipe médica

Valentina, uma das gêmeas siamesas, separadas em Goiânia, teve piora no quadro de saúde e está em estado gravíssimo, de acordo com o último boletim, divulgado nesta segunda (16). As duas seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (HECAD), desde a cirurgia de separação ocorrida em Goiânia, há 4 dias.

Segundo o boletim, Valentina passou por uma broncoscopia de urgência após ter piora na ventilação mecânica e, a partir do procedimento, obteve melhora na capacidade respiratória. No domingo (15), .a siamesa também teve febre e precisou aumentar a quantidade de medicamentos para melhora do controle da pressão arterial. Apesar do estado gravíssimo, o boletim médico explicou que ela ficou estável após o procedimento.

Já Heloá segue em estado grave e estável, e já está em desmame da sedação para despertar. O boletim informou ainda que a ferida operatória de Heloá tem bom aspecto, sem infecções. De acordo com a equipe médica do hospital, o quadro de saúde das irmãs está dentro do esperado, devido à complexidade do procedimento cirúrgico.

Cirurgia de separação

A cirurgia de separação das siamesas durou 15 horas e envolveu, ao todo, 50 profissionais de diversas áreas médicas. De acordo com o médico pediátrico, Zacharias Calil, houve intervenções severas no fígado, bacia, intestinos grosso e delgado, bexigas, ureteres e outros. O médico apontou que um dos pontos mais positivos da cirurgia foi a regularidade dos corações e pulmões das meninas, fator que ainda se mantém.

Em cerca de três semanas após a separação, Valentina e Heloá passarão por um procedimento para complementar o fechamento da área aberta no abdômen de ambas. A intervenção consiste em retirar retalhos de pele da parte interna das coxas e implantar em suas barrigas. O médico explica que, apesar de todo o esforço realizado com a colocação de expansores, o ganho de pele não foi suficiente para cobrir as áreas abertas, já que a siamesas compartilhavam o abdômen e bacia. Elas são gêmeas isquiópagas, ou seja, siamesas unidas pela bacia.