Debandada

Quatro detentos fogem da unidade prisional de Anápolis

Fuga ocorreu por volta das 21h. Até o momento, nenhum foi recapturado

Na noite de sábado (17) a Unidade Prisional de Anápolis registrou uma nova fuga. Por volta das 21h, quatro detentos serraram a janela da parte superior de um dos corredores e conseguiram escapar. Esta foi a oitava debandada ocorrida no Estado desde o início do ano. Com eles, o total de fugitivos em Goiás desde janeiro sobe para 279, cerca de 44% ainda estão foragidos.

De acordo com a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), entre os fugitivos estão Heyder Oliveira Batista Ribeiro da Silva, Marcos Felipe da Silva Santos, Zilon Pereira da Silva e Rafael Pereira Santos. Novo presídio estadual construído na cidade foi inaugurado há dois dias, mas ainda não foi ocupado.

Em nota, a DGAP afirma que forças policiais foram acionadas para que os homens sejam recapturados. “Foi determinada abertura de sindicância para apuração dos fatos e o caso foi registrado, também, na Delegacia de Polícia Civil”.

De acordo com o tenente da Policia Militar da cidade Elias Maurício, patrulhas e diligências estão sendo realizadas no município. “Vamos fazer o possível para pegá-los, mas até o momento não recebemos nenhuma denúncia ou informação. Acredido, porém, que não devam estar muito longe, caso não tenham tido suporte extra para leva-los a algum lugar”, observa.

Antes desse caso, cinco detentos fugiram da cadeia de Itapuranga, a 145 quilômetros de Goiânia, por um buraco aberto na latrina de uma cela. A última fuga ocorrida em Anápolis foi em outubro de 2017, quanto outros quatro presos conseguiram escapar.

Crise

O sistema prisional goiano passa por uma crise. Em oito oportunidades distintas, 279 presos conseguiram fugir de suas respectivas unidades prisionais desde o primeiro dia de 2018. A mais grave delas se deu após um motim no Semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, quando fugiram 242 pessoas.

Nesse contexto, Anápolis também tem chamado atenção. Recentemente, a operação Manchester culminou na prisão de oito suspeitos pelo assassinato de dois agentes prisionais em Anápolis. Seis deles já estavam reclusos na unidade do município.

Agente que não quis ter o nome divulgado, revelou condições precárias de segurança da unidade anapolina. “É possível que ocorra aqui um novo Carandiru”. Segundo ele, apenas oito agentes penitenciários trabalham para garantir a segurança em um presídio com 800 detentos. Entre outros problemas graves, segundo ele, faltam iluminação noturna, segurança nas guaritas, munição não-letal e coletes balísticos.

No último dia 2/2, o diretor da cadeia foi flagrado em áudios de uma conversa com um subordinado ordenando que presos não falassem com advogados. Walney da Cunha foi exonerado. Ele afirma ter sido vítima de uma armação.