ESTELIONATO

Quatro são presos por aplicar golpes em postos de Goiânia e Aparecida

De acordo com a delegada, o grupo firmava contrato para compra de combustíveis, não realizava o pagamento e ainda revendia mais barato o produto para receptadores

Quatro homens foram presos preventivamente sob suspeita de aplicar golpes em seis postos de combustíveis de Goiânia e Aparecida. Outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil (PC) em Trindade e Palmeiras de Goiás no âmbito da Operação Frete Grátis, na quarta-feira (29). A corporação estima que o grupo causou um prejuízo de mais de R$ 240 mil aos proprietários dos estabelecimentos.

Segundo a delegada Simelli Lemes, as investigações tiveram início em março deste ano. Na operação de ontem, os policiais apreenderam documentos, celulares e dinheiro. O líder da quadrilha, que não teve o nome divulgado, está entre os presos. A delegada diz que ele entrava em contato com os estabelecimentos para fechar convênio para compra de combustíveis. Todo esse processo era realizado através de telefone ou e-mail. “Para isso, eles obtinham o contrato social de empresas idôneas e falsificavam os documentos necessários para o cumprimento desse convênio. No final, esses pagamentos não eram realizados”, afirma.

Simelli conta que os combustíveis eram recolhidos em galões de plásticos sob justificativas de abastecerem máquinas industriais através de fretes contratados. Segundo a delegada, alguns motoristas foram lesados pelo suspeito ao não receber os valores combinados. O combustível, por sua vez, era repassado a receptadores. De acordo com a investigadora, a preferência da quadrilha era o Diesel S-10. O litro era revendido a R$ 2,50 enquanto a média nos postos é de R$ 3,61. Ela ainda afirma que a gasolina também era explorada pela organização criminosa.

A delegada ainda afirma que havia uma rotatividade muito grande os integrantes da quadrilha. “O líder se resguardava muito e, por isso, era mais complicado a investigação chegar até ele. Ele firmava parceria com alguns pessoas pro determinado tempo e, logo depois, procurava novas pessoas. Por isso os demais eram mais fáceis de serem identificáveis.” Segundo ela, as investigações continuam para identificar como os integrantes conseguiam os documentos e descarta a participação de funcionários desses empresas no esquema.

Simelli pontua que essa é a terceira vez que o líder foi preso em menos de dois anos pelo mesmo crime. “Eu acredito que há outras investigações em andamento, mas o crime de estelionato é um crime com pena muito baixa e, infelizmente, a pessoa não fica presa por muito tempo. Só para se ter uma ideia, quando ele foi preso nas últimas vezes, ele agia da mesma forma”, afirma.