RISCOS À SAÚDE

Queimadas em Goiás: Goiânia amanhece tomada por fumaça

Diferente da última vez em que a fumaça era proveniente de outros estados, agora, os reflexos são de incêndios em matas da Grande Goiânia.

Fumaça no céu de Goiânia (Foto: @tna.drones)

A cena lamentável de uma nuvem de fumaça em Goiânia se repete mais uma vez. Nesta quarta-feira (4/9), a cidade amanheceu cinza e muitos moradores sentiram o cheiro de queimada ao acordar. Porém, diferente da última vez em que a fumaça era proveniente de outros estados, agora, os reflexos são de incêndios em matas da Região Metropolitana.

André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), explica que os vários focos de incêndio estão subindo para o ar e, sem vento suficiente para dissipar a fumaça, ela permanece no céu da cidade.

“Essa fumaça não é ‘importada’, não está vindo de fora, está vindo realmente de Goiânia, propriamente dito. Ontem nós tivemos focos de queimada em várias regiões de Goiânia, então literalmente Goiânia está sitiada pela fumaça”, explica André.

O gerente do Cimehgo ainda explica que os moradores da Grande Goiânia ainda devem respirar o ar poluído pela fumaça por alguns dias, isso enquanto não houver vento suficiente para que ela seja “arrastada” da cidade.  

“É uma fumaça provocada pelas queimadas em unidades de conservação, vegetação aqui dentro de Goiânia em Região Metropolitana. Então está tudo tomado mesmo e, por enquanto, nós vamos ter que respirar essa fumaça”, pontua André.

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Riscos à saúde

A pneumologista Roseliane de Souza Araújo conversou com o Mais Goiás sobre os riscos da poluição no ar e medidas diante deste cenário atípico. Segundo a médica, a poluição do ar, conforme publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), aumenta os riscos para desenvolvimento de diversas doenças, “entre elas derrames, doenças cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias agudas, além de descontrole de doenças respiratórias crônicas”.

A profissional esclarece que a fumaça contém material particulado fino 30 vezes menor que um fio de cabelo humano, podendo também ser inalado profundamente no tecido pulmonar e contribuir para sérios problemas de saúde.

A médica recomenda permanecer em ambientes fechados, reduzindo a infiltração externa, e limpando o ar interno com filtros. Além disso, sugere a limitação de esforços ao ar livre e reforça sobre a hidratação adequada para auxiliar as vias aéreas, que contribuem com uma espécie de sistema de autolimpeza das mucosas. “O uso de máscaras pode ser eficaz em algumas circunstâncias”, não descarta.