Queimadas no Cerrado, em 2024, superam todo o ano de 2023
Foram registrados 59.144 focos neste ano, contra 50.713 em todo 2023
As queimadas no Cerrado, em 2024, já superam todo o ano de 2023. Os dados são do Monitoramento dos Focos Ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e abrangem de 1º de janeiro a 14 de setembro.
Vale citar, o bioma é predominante em Goiás. Ele também abrange Estados como Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal.
No período, foram registrados 59.144 focos. Em todo o ano passado, foram 50.713. Um aumento de 16,6% até o momento. Somente em setembro de 2024, até o dia 14, foram 19.832 focos de incêndio contra 13.230 em 2023.
Um dos responsáveis por agravar a situação, no ano passado, foi o fenômeno climático El Niño. Ele é responsável por aquecer as águas do Pacífico. Em 2024, contribuíram para aumentar a incidência de queimadas no Cerrado e a seca e também as temperaturas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), inclusive, emitiu, no fim do último mês, um alerta vermelho para baixa umidade na região central do País.
Chapada em chamas
Um incêndio de grandes proporções consumiu cerca de 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na região nordeste de Goiás. É preciso dizer, nos últimos cinco anos, foram frequentes as queimadas no local, uma das unidades de conservação federais mais importantes do Brasil. As ocorrências se concentram principalmente entre os meses de maio e setembro.
Um dos incêndios de maior proporção no parque aconteceu em 2021, quando foram destruídos 25 mil hectares de vegetação nativa. O combate ao fogo demandou a participação de centenas de brigadistas, voluntários e bombeiros na época.
Governo é criticado
O alto número de focos de incêndio em áreas de vegetação, as nuvens de fumaça no céu das cidades e a dificuldade dos órgãos de meio ambiente de reagir ao momento crítico com eficiência fizeram a avaliação do governo Lula no meio ambiente cair.
De acordo com o instituto Ipec, 44% consideram que a gestão de Lula é ruim ou péssima nesta área, 11 pontos a mais do que no levantamento de abril. O período foi marcado por enchentes no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, por queimadas que atingem diversos estados, e principalmente biomas como a Amazônia e o Pantanal, em meio à pior seca já registrada no país.
A reprovação ao desempenho do governo no meio ambiente cresceu mais nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde se localizam esses dois biomas, e no interior do país, mais atingidos por queimadas.
No Norte e Centro-Oeste, o índice de avaliação “ótimo” caiu de 36% para 27% desde abril. O “regular” foi de 28% para 22%. E o “ruim ou péssimo” subiu de 34% para 48%.