Investigação

Quirinópolis: Bebê torturado continua internado em estado gravíssimo no Hugol

O laudo médico aponta que a criança chegou à unidade com sinais de agressão, já em coma arreflexivo e arreativo, com traumatismo craniano

Padrasto e mãe são presos suspeitos de torturar criança de 1 ano em Quirinópolis (Foto: Reprodução)

O bebê G.E.A.C, de 1 ano, que pode ter sido torturado pelo padrasto e pela mãe, em Quirinópolis, na região Sudoeste de Goiás, continua internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia. Equipe médica do Hospital Municipal de Quirinópolis identificou hematomas na cabeça da criança, marcas de mordidas, queimaduras de cigarro e unhas supostamente arrancadas.

O casal foi preso após dar entrada na unidade de saúde e alegar que a criança teria se machucado ao cair enquanto brincava. Na sequência, o bebê torturado foi encaminhado para o Hospital Materno Infantil de Rio Verde e, depois, para o Hugol.

Bebê torturado em Quirinópolis respira com ajuda de aparelhos

Segundo o boletim médico, divulgado na manhã desta quarta-feira (10), G.E.A.C, de 1 ano, está internado na UTI Pediátrica da unidade, possui estado geral gravíssimo e respira com ajuda de aparelhos.

A Polícia Civil investiga o padrasto e a mãe pela tortura da criança. Ambos foram presos na última segunda-feira (8/4). O padrasto e a mãe passaram por audiência de custódia, na terça-feira (9/4) e tiveram a prisão convertida em preventiva.

Laudo médico aponta que criança foi internada com sinais de tortura

O laudo médico aponta que a criança chegou à unidade de saúde com sinais de agressão, já em coma arreflexivo e arreativo, com traumatismo craniano, e em suspeita de morte encefálica. Havia ainda diversas marcas de lesões, feitas por mordidas, provavelmente causada por adulto, em diversas partes do corpo. Também foram encontradas marcas de queimadura por cigarro e hematomas diversos.

A criança ainda tinha unha do dedo do pé esquerdo com sinais de arrancamento e da mão com tentativa de retirada. Além disso, apresentava lesões nas orelhas e sinais de ter sido chutada.

Mãe e padrasto negam tortura contra bebê

A delegada Simone Casemiro aponta ainda que o padrasto e a mãe da criança negam o envolvimento. No entanto, a mãe chegou a afirmar, em depoimento, que as mordidas teriam sido provocadas pelo companheiro. Mas não relatou outros tipos de agressão.

“Ela alega que a criança caiu. No entanto, a gente sabe que se tivesse caído, teria apresentado lesão apenas em um local do crânio. O que não acontece, já que a vítima apresentava múltiplas lesões”, ressalta.

A delegada diz que realizou perícia na residência da família e não encontrou indícios de uso de drogas ou violência. Mas lembrou que há diversas bitucas de cigarro, já que o padrasto da criança é fumante.

“Não encontramos nenhum objeto que pode ter sido utilizado para as agressões. Acreditamos que se tratam de batidas na cabeça ou chutes”, diz