Racismo no Ifood foi praticado por perfil falso fora de Goiás, diz PC
Dados da conta eram falsos e o CPF cadastrado pertencia a uma criança de 3 anos
As mensagens racistas contra o entregador Elson Oliveira Santos, 39, por meio do aplicativo Ifood, foram enviadas por um perfil falso, que não estava em Goiás. Segundo a Polícia Civil, o usuário não estava no condomínio residencial de Goiânia para onde a refeição foi solicitada. Corporação ainda trabalha para identificar o autor do crime.
O caso ocorreu no último dia 25 de outubro, após um pedido ser feito em uma hamburgueria localizada no Setor Goiânia 2, com destino a um condomínio na capital. À época, a suposta cliente se recusou a ser atendida por um entregador, enviando mensagens de cunho racista para o restaurante. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio”, “Mandar outro motoboy que seja branco“, “Eu não vou permitir esse macaco“, lê-se.
Dois meses após o ocorrido, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) descobriu, por meio da localização de GPS do usuário, que a pessoa responsável pelas mensagens estava em outro estado no momento do crime. Tal localização, porém, não foi informada.
Dados falsos
Conforme apontam as investigações, o nome de usuário, endereço, documentos e dados de e-mail eram falsos. De acordo com a Polícia, o CPF informado na conta pertence a uma criança de 3 anos e o telefone fixo cadastrado não existe nos sistemas telefônicos.
Ainda de acordo com as apurações, o perfil era novo e havia sido criado minutos antes das mensagens de cunho racista. O perfil foi excluído pouco tempo depois do crime.
À época do ocorrido, o Ifood baniu o perfil do cliente responsável pelas mensagens racistas após o caso ganhar repercussão. O Mais Goiás entrou em contato com a empresa em busca de um novo posicionamento e aguarda retorno.