Rapaz morre com tipo raro de meningite, em Goiânia
Família diz que sintomas começaram com dor de cabeça e ele ficou dez dias internado: dívida hospitalar ultrapassa R$ 60 mil
A família ainda tenta assimilar tudo, quatro dias após a morte do estudante Carlos Aurélio Tancredi Araújo Filho, de 20 anos. Ele não resistiu, após 10 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital do Setor Aeroporto. O tipo raro de meningite, do tipo fúngico, foi descoberto durante a internação. Com dívida hospitalar que ultrapassa R$ 60 mil, parentes se juntam para arcar custos.
“Ele não era de se render a qualquer dor, e se medicava sempre quando sentia algo. Desta vez, após o período eleitoral, foi igual. As dores na cabeça eram controladas com uso de paracetamol, mas o que era para acabar com o tempo, se agravou”, conta a irmã, Bruna Tancredi. A família, que mora em Anicuns, a 83 quilômetros de Goiânia, esteve junto durante o período eleitoral, porque Carlos Filho, que mora e estuda na capital, foi votar.
Ao retornar para continuar com os estudos o jovem teria entrado em contato com a irmã para reclamar de dores de cabeça, e pediu para ser buscado. “Busquei ele, e trouxe para casa. Minha mãe começou a ir com ele para médicos, buscamos neurologista e fomos atendidos, mas o fato se agravou, inclusive com convulsões”, relembra Bruna.
A suspeita por meningite surgiu após o exame feito em Goiânia. Foi na frente de um neurologista que o rapaz teve uma crise de convulsão e precisou ser internado na UTI do hospital que ficou por lá durante 10 dias. Daí em diante, com recorrentes casos de intercorrências e inclusive paradas cardiorrespiratórias, ele não resistiu. O laudo médico, assinado pelo intensivista, confirma que a morte aconteceu em decorrência de uma meningite fúngica.
“A confirmação do tipo de meningite aconteceu já depois da primeira semana que ele estava internado, e os médicos começaram o tratamento que duraria 21 aplicações da medicação, mas ele não chegou a tomar todas”, revela a irmã.
CUSTAS
Entre diárias, custos médicos, medicação e exames feitos, o tratamento do rapaz, que estava em um hospital particular, ultrapassa os R$ 60 mil. Nas redes sociais, amigos se juntaram para ajudar como possível. Através de uma vaquinha eletrônica, arrecadaram 46,8% (pouco mais de R$ 28 mil). “Não temos condições de arcar com esta quantia, e nem sabemos de onde tirar. Minha mãe e meu pai estão em Goiânia, mesmo só quatro dias após enterrar ele, para ver como será feito”.