Reflexo em ultrassom pode ter feito mulher acreditar que esperava gêmeos, diz obstetra
De acordo com a delegada, os profissionais destacaram que a condição física de Aline e a retenção de líquido durante a gravidez podem ter contribuído com equívoco; o pai foi impedido de acompanhar o parto
Um reflexo no exame de ultrassom pode ter causado o equívoco no caso da mãe que afirma que estava grávida de gêmeos, mas recebeu apenas um bebê. Essa foi a alegação do obstetra que acompanhou Aline Parreira de Jesus à Polícia Civil (PC), na última quarta-feira (19). Outros membros da equipe médica do Hospital Municipal Antônio Martins da Costa, em Quirinópolis, que participaram do parto, também foram ouvidos.
De acordo com a delegada Simone Casemiro Campi, os profissionais destacaram que a condição física da mulher e a retenção de líquido na gravidez podem ter contribuído para a confusão no exame. Apesar disso, ela foi submetida a quatro ultrassons e todas destacaram que Aline esperava gêmeos. “Eles disseram que, no momento em que o exame foi levado à luz, houve um reflexo no líquido amniótico que fez pensar que seria uma criança”, destaca a delegada.
Ainda segundo Simone, os funcionários alegam que a mulher foi submetida a uma cesária e, por isso, foi usada anestesia local. Isso fez com o que Aline estivesse consciente durante todo o parto. “Eles disseram que ela ouviu o choro de uma criança e que ela foi apresentada a esse bebê. Nesse momento, teria sido avisada sobre a inexistência de outra criança, ainda na sala de parto”, ressalta.
Esse informação, de acordo com a delegada, foi a mesma dada por uma prima de Aline, que trabalha no hospital. Ela afirmou a delegada que, assim que perceberam que só havia uma criança, avisaram à mãe. E outros acompanhantes foram procurados para receber a informação, mas não foram encontrados.
Reflexo? Mãe descarta versão
Aline já foi ouvida pela delegada e disse que se lembra apenas de ter recebido a anestesia. “Ela conta que não acompanhou o parto e que apenas recebeu a notícia quando acordou”, diz Simone.
O pai da criança, Erivaldo Correia da Silva, também já prestou esclarecimentos. Segundo a delegada, ele não acompanhou o parto, porque uma norma que proíbe acompanhante no local.
A delegada conta que falta apenas uma pessoa a ser ouvida. Ainda nesta quinta-feira (19), Simone recebeu gravações de câmeras de segurança do hospital para ajudar nas investigações.