Regras do novo decreto de Goiânia passam a valer nesta quinta-feira (25)
Confira o que muda em diversos segmentos de comércios da capital goiana; decreto divide opiniões
Após três dias da publicação no Diário Oficial do Município, o decreto com normativas mais restritivas para combater o avanço da covid-19 passa a vigorar nesta quinta-feira (25) em Goiânia. Segundo a prefeitura, as regras foram debatidas com diversos segmentos comerciais da capital e, com isso, bares e restaurantes têm novos horários, região da 44 funciona em dias e horários diferenciados; e operação de escolas, atividades religiosas e velórios também passa por mudanças (veja abaixo algumas restrições).
Andrey Azeredo, secretário de Governo do Município, afirma que as medidas tomadas levam em consideração o atual momento epidemiológico que Goiânia passa nos últimos dias. “Para isso, o município vem ampliando o número de leitos e testando a população semanalmente para identificar a evolução do vírus, mas não é porque ainda temos leitos disponíveis, que a pessoa pode se salvar”, comentou Andrey, ao acrescentar, que segundo dados das autoridades de saúde, 50% das pessoas que são internadas em UTI, infelizmente, não resistem.
Embate
As novas regras dividiram opiniões. O Mais Goiás entrevistou alguns trabalhadores da Rua 44 e parte acredita que a decisão foi acertada, mas que o horário poderia ser ampliado. “A gente tem que entender. Estamos num momento que não temos para onde correr. Estávamos morrendo de medo de um novo fechamento. Muitos comerciantes não poderiam aguentar. A estratégia é boa para evitar muita aglomeração, afirma Denise Gomes, de 42 anos.
“Com o novo horário, pode ser que as pessoas se aglomerem mais pelo fato de fechar mais cedo. No outro horário, era possível evitar algum tumulto. Além disso, tem trabalhadores que terão que ir mais cedo para os pontos de ônibus e isso pode ser perigoso, principalmente os que moram nos setores mais longes da capital”, completa Denise.
Já outros trabalhadores acreditam que a nova decisão irá levar mais pessoas ao mesmo tempo aos shoppings da região. Além de contribuir para mais demissões na área. “Achei ridículo esses horários. Estão acabando com os lojistas da 44. Nós mesmo, durante a primeira onda, tivemos uma demissão em massa na nossa empresa. Conseguimos resgatar a maior parte dos funcionários novamente (cerca de 30 pessoas). Agora nos vemos de mãos atadas. Teremos que fazer novos desligamentos. É de cortar o coração. Infelizmente, não conseguiremos segurar nossos funcionários assim”, desabafa Isleika Cristina de Oliveira, de 35 anos. Ela ainda revela que pelo menos dez funcionários devem ser demitidos.
Bares
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Goiás, Fernando Machado, também acredita que trabalhadores do ramo podem ser demitidos após a redução de uma hora de funcionamento do segmento. O dirigente ainda disse que a classe vem sendo “cobaia” nos decretos e afirma que os associados não são contra as fiscalizações e interdições de comerciantes que não estejam cumprindo as normativas.
“Parece que os governantes querem fazer algo para mostrar para a sociedade, mas só penalizam o nosso segmento. A gente se adequou mediante luvas no buffet, álcool nas mesas e outras medidas que foram determinadas pelo Centro de Operações Emergenciais (COE)”, diz o presidente.