“Resta chorar”, diz mãe de estudante goiana que morreu na Argentina
Corpo de Ana Karolina, que cursava medicina em Buenos Aires, ainda passa pelos trâmites necessários e só deve chegar em solo brasileiro no fim da próxima semana.
A empresária Silvana Lara, moradora do município goiano de Chapadão do Céu, ainda encontra dificuldade para falar sobre a filha, Ana Karolina Fernandez, de 22 anos. Isso porque a jovem, que cursava o terceiro ano de medicina na Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina, veio a óbito tragicamente no início de setembro, ao cair no poço de um elevador do prédio de amigos. O corpo de Karol, como a mãe carinhosamente se refere à jovem, ainda passa pelos trâmites necessários e só deve chegar em solo brasileiro no fim da próxima semana.
O fato ocorreu no dia 4 de setembro deste ano. Karol, que morava há 4 anos em Buenos Aires, havia saído para uma celebração de uma boa nota conquistada no curso. Ao chamar o elevador do 13º andar do prédio onde estava, Karol não teria percebido que ele ainda não estava andar e acabou caindo no poço.
Silvana recorda do que ficou sabendo no dia da tragédia. “As amigas dela me ligaram por volta de 9 e meia da noite. Elas ficaram o dia todo procurando a minha filha e não sabiam onde ela estava. Foram até o apartamento e o porteiro comentou do acidente, que por volta das 9 horas da manhã houve um acidente e que a pessoa do acidente teria morrido, mas não sabia falar quem era. Então ele encaminhou elas para a polícia”.
Ainda conforme relatado por Silvana, ao chegarem no local onde possivelmente estaria o corpo da vítima do acidente, as amigas de Karol se depararam com o pior. “A polícia mostrou o DNi [documento de identificação argentino] da minha filha para elas. Foi quando elas viram que tinha acontecido o inevitável”, recorda.
Corpo de Karol só deve chegar na próxima semana
Silvana revela que, quando recebeu a notícia, o primeiro impulso foi colocar a família no carro e partir para a Argentina, o que acabou não acontecendo. A pandemia do coronavírus tornou complicada todas as formas de ir para o país, e até os voos ficaram inviáveis, devido ao tempo em que a família teria que passar em isolamento em solo argentino.
Uma vaquinha foi criada para trazer o corpo de Karol ao Brasil, uma vez que os custos ultrapassavam R$ 20 mil. Ao Mais Goiás, nesta tarde, 24, Silvana contou que o corpo da filha só foi liberado ontem, quarta-feira, por volta de 1h. “Só que liberou do IML para funerária e agora eles estão fazendo o tratamento dessa parte e da documentação, pelo que me falaram”, narra.
De acordo com Silvana, se tudo correr bem, o corpo de Karol deve chegar em São Paulo na quinta-feira, dia 1 de outubro. “Daí teríamos que ir daqui de Chapadão buscar o corpo em São Paulo”, relatou a empresária. Porém, tudo depende da possibilidade de alteração dos voos, que seguem com horários instáveis devido à pandemia. “Estão vendo um voo da Turquia que vai passar lá [na Argentina] para vir para o Brasil. Se realmente acontecer, vão colocar ela no voo”.
Enquanto o corpo da filha não chega, Silvana revela a angústia e a dor pela perda da filha. As duas, mesmo longe uma da outra, costumavam se falar todos os dias. Silvana conta que Karol estava feliz, apesar da saudade da família. “Ela sentia muita falta do irmãozinho, o Pedro, de 7 anos”, diz. Hoje, a saudade se restringe a ela: “Só me resta chorar”.