Resultado dos exames que vão definir o futuro do menino Miguel devem sair nesta semana
Análises médicas vão determinar se o bebê poderá continuar o tratamento no Rio Grande do Sul ou se deverá ser submetido a cirurgia no exterior
O futuro do bebê Miguel Ferreira, de 4 meses, deve ser decidido ainda nesta semana. Internado no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre (RS) desde o dia 9 deste mês, ele tem feito exames cujos resultados devem revelar, até sexta-feira (24/6), a que tipo de tratamento ele deverá ser submetido.
A mãe do menino, Ariele Ferreira, espera que a resposta seja de que Miguel poderá continuar seu tratamento no Rio Grande do Sul. “A nossa esperança é essa. Se ele precisar da cirurgia, vamos ter que lutar na Justiça para conseguir”, declara.
De acordo com ela, Miguel já fez coletas de sangue para diversos tipos de exame e ainda deve passar por um raio-x com contraste que vai mostrar como está seu intestino. Apesar disso, a mãe celebra a melhora do filho, que desde que foi internado naquela unidade teve um ganho de 170g em seu peso.
Para acompanhar o filho em todo esse processo, Ariele conta que teve que largar o emprego e agora está vivendo no hospital. “Fico aqui 24 horas por dia. Eu nem saio”, relata. A situação fica ainda mais difícil com a distância do marido e pai do menino, que ficou em Goiânia.
Felizmente, a equipe do hospital tem ajudado ela a manter-se na cidade praticamente sem nenhum custo. “O hospital aqui parece de outro mundo. Todo mundo muito educado, dão assistência 24 horas”, ressalta Ariele.
Mas não é só à equipe do Hospital das Clínicas a quem Ariele demonstra gratidão. “Tenho muito a agradecer a equipe do HMI (Hospital Materno Infantil), e a todo mundo que doou e fez oração. Sou muito grata”, diz.
Ela destaca que, caso Miguel possa continuar seu tratamento em Porto Alegre, todo o dinheiro arrecadado nas campanhas de ajuda ao menino serão destinadas a outras famílias que passam por situações parecidas.
Luta pela vida
Desde o seu nascimento, em 16 de fevereiro deste ano, Miguel enfrenta as consequências da Síndrome de Apple Peel, com a qual foi diagnosticado. A condição impede que seu organismo faça a digestão dos alimentos por ter o intestino muito fino, o que o obrigou a ser mantido internado no HMI durante seus primeiros meses de vida. Em poucas semanas ele chegou a ser submetido a três cirurgias.
Segundo os pais, o único tratamento possível para a síndrome é o transplante de intestino, que não é autorizado no Brasil. O único lugar onde a operação seria possível é os Estados Unidos, onde custa por volta de R$ 6 milhões.
O caso do menino comoveu parentes e amigos, que logo deram início a uma campanha de arrecadação de dinheiro para que o procedimento pudesse ser feito e a estada dos pais pudesse ser custeada durante o período de recuperação. No entanto, para que Miguel possa fazer a viagem ele precisa passar pela avaliação do corpo médico do Hospital das Clínias de Porto Alegre, que vai determinar se ele tem condições de passar pela viagem e pela cirurgia.
No último dia 9, o Complexo Regulador da Secretaria de Saúde de Goiás conseguiu uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) naquele complexo hospitalar, onde permanece internado desde então.