Saiba o que é vírus sincicial respiratório, que causa bronquites e pneumonias
Bebês, idosos e pessoas com comorbidades estão no grupo de risco
A Secretaria da Saúde de Goiás (SES) divulgou nesta segunda-feira (26) um alerta sobre a circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), micro-organismo responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias registradas de março a julho no estado. Segundo a pasta, o VSR é especialmente perigoso para bebês, idosos, imunossuprimidos e pessoas com comorbidades.
Grupos de risco
O Mais Goiás conversou com o médico pneumologista Guylherme Saraiva, que explicou que é recomendável evitar ambientes lotados com bebês e é crucial não levar crianças com sintomas respiratórios para a creche ou escola.
“A imaturidade do sistema imunológico dos bebês e a senescência da imunidade dos idosos tornam esses grupos particularmente mais vulneráveis a quadros graves. Pessoas com comorbidades cardiológicas, pulmonares e endocrinometabólicas também se mostraram mais vulneráveis, segundo estudos”, diz o pneumologista.
Em casos mais graves, o VSR pode evoluir para insuficiência respiratória e complicações associadas, como pneumonia bacteriana. Por isso, medidas de prevenção, como lavar as mãos regularmente, higienizar com álcool 70%, evitar compartilhar objetos e manter os ambientes bem ventilados, são consideradas essenciais.
Transmissão
Saraiva explica que a transmissão do vírus, considerado altamente contagioso, ocorre através de gotículas expelidas ou pelo contato com objetos contaminados. Tosse, espirro, coriza, mal-estar e febre, muitas vezes confundidos com viroses, devem chamar atenção.
“Cada pessoa infectada pode transmitir para outras três pessoas. Por isso, o vírus tende a provocar surtos em épocas determinadas, que, no Brasil, coincidem com o outono e o inverno”, diz Guylherme.
“O vírus sincicial respiratório se manifesta desde um quadro gripal simples até quadros de pneumonia grave, com necessidade de internação e cuidados intensivos. O quadro clínico é semelhante ao de outros vírus respiratórios, como Covid e influenza”, acrescenta o médico.
O diagnóstico geralmente é clínico, baseado nos sintomas, e pode ser confirmado por meio de um teste PCR.
Prevenção e tratamento
No Sistema Único de Saúde (SUS), é disponibilizado o anticorpo monoclonal contra o VSR, indicado para bebês prematuros extremos, bebês com cardiopatias ou problemas pulmonares. São gotas que oferecem proteção temporária semelhante à de uma vacina, pois incentivam o próprio organismo a combater agentes externos.
Ainda sobre a prevenção, o médico Guylherme Saraiva enfatiza a importância de manter-se hidratado. “É recomendável evitar contato com pessoas sintomáticas, usar máscaras em ambientes com aglomeração, seguir o tratamento de doenças crônicas e manter o cartão de vacinas atualizado”.
Segundo o pneumologista, a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório ainda não está disponível no SUS, apenas na rede privada.
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