Crise Hídrica

Saneago terá que elaborar plano de racionamento por causa de baixa vazão do Rio Meia Ponte

Com a baixa vazão do Rio Meio Ponte, a Saneago terá que elaborar um plano…

Com a baixa vazão do Rio Meio Ponte, a Saneago terá que elaborar um plano de racionamento para por em ação caso o nível do corpo d’água caia ainda mais. A decisão foi tomada após um encontro de um comitê – batizado com o nome do rio -,  que aconteceu nesta quinta-feira (2).

A Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), alega que a medição do nível do Rio caiu de 7 mil para 4 mil litros por segundo em razão da diminuição das chuvas. “Apesar disso, o nível está maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, onde chegamos a medição de 3 mil litros por segundo”, conta o presidente da pasta, Hwaskar Fagundes.

Esse aumento na quantidade, segundo o presidente, se dá após uma intensificação de ações debatidas desde o início do ano, quando foi decretada situação de emergência das bacias do Meia Ponte e Ribeirão João Leite.

“A instalação de hidrômetros para usos legais em outorgas liberadas foram primordiais para tal resultado. Com eles, conseguimos devolver 50% do que era captado diretamente para o nível do Rio. Além disso, fechamos as captações irregulares que encontramos durante a fiscalização”, conta.

O presidente também destaca que as outorgas existentes não foram suspensas e apenas tiveram a sua captações reduzidas pela metade. Ele lembra que não estão sendo ofertadas novas licenças, já que a prioridade é o abastecimento público.

“Não dá para ofertar o que não temos. Não queremos prejudicar a economia dos recursos, por isso tomamos medidas que não param a atividade e não comprometem o abastecimento da cidade”, relata.

Além disso, o Hwaskar lembra que está sendo desenvolvida uma política de plantio de 500 mil mudas nas nascentes de bacias espalhadas por todo o Estado. Além do Meia Ponte, a região do Ribeirão João Leite também passou por um trabalho de fiscalização para ajudar na preservação da nascente.

“Fiscalizamos toda a área que rodeia o reservatório e o Ribeirão. Com isso, prevenimos os incêndios criminosos no parque que fica no entorno do reservatório”, destaca.

Saneago

Atualmente, o Rio Meia Ponte é responsável para o abastecimento de 52% da população da Região Metropolitana de Goiânia. De lá são captados 2,3 mil litros de água por segundo, contra 2 mil litro por segundo do Ribeirão João Leite.

“O índice do Rio ainda está satisfatório. O plano só entrará em ação caso haja necessidade. Por isso, é muito importante o trabalho da população. Por mais que pareça repetitivo, mas é de extrema importância, pois já conseguimos reduzir quase 8% do consumo”, conta a assessora de expansão da Saneago, Juliana Matos.

Segundo Juliana, obras de extrema importância estão sendo desenvolvidas para que não haja um desabastecimento na cidade. Uma delas é a contrução de uma adutora que interligará os sistemas João Leite e Meia Ponte e do Linhão que alongará o Sistema Mauro Borges até Aparecida de Goiânia.

“Essas obras são de extrema necessidade e funcionam como medidas de médio e longo prazo para que no futuro não tenhamos problemas com desabastecimento no tempo seco”, conta.

Interior

No início de julho, um relatório feito pela Saneago, a pedido do Ministério Público (MP), destacou que 66 cidades goianas poderiam sofrer com o desabastecimento. Diante isso, Juliana destaca que a estatal está desenvolvendo as medidas necessárias junto com órgão.

“Estão sendo realizadas medidas como a perfuração de poços e a preservação dos mananciais. Além disso, a partir de hoje (3), será veiculado uma campanha de conscientização à população e sempre informaremos qualquer outra medida mais severa a ser tomada”, destaca.

*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.