Imbróglio

Santa Casa de Anápolis suspende atendimentos por falta de rapasse do governo estadual

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que não possui nenhum contrato vigente com a unidade. Contudo, a gestão reforça o convênio há mais de 10 anos

A Santa Casa de Misericórdia de Anápolis emitiu um comunicado oficial nesta segunda-feira (13), informando que irá suspender os atendimentos de Urgência e Emergência a partir de meia-noite desta terça-feira (14). A justificativa é a falta de repasses do Governo de Goiás. A situação, porém, gerou uma contradição entre os discursos da unidade e do Estado, que alega não existir vínculo da administração pública com a instituição.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) alegou, portanto, ser inverídico afirmar que a medida adotada pela entidade seja por falta de repasses estaduais. A pasta também ressalta que trabalha para assinar, nos próximos dias, um convênio com a Santa Casa e, a partir da assinatura, destinar as verbas do estado para o local.

Por outro lado, o provedor e porta-voz da Santa Casa em Anápolis, padre Clayton Bérgamo, afirmou em coletiva de imprensa que a instituição teve vínculo com o Estado de Goiás por 10 anos, porém, o contrato não foi renovado pela atual gestão. “Desde de novembro nós estamos apresentando para o governo a importância da renovação desse convênio porque a estrutura de apoio de pronto atendimento, UTIs, maternidade e oncologia, considera essencialmente esse aporte”, explicou.

Clayton também reforçou que o existe uma obrigação moral do Estado diante de uma rede que está desenhada há mais de 10 anos. Segundo ele, existe um compromisso com a estrutura que já foi criada. O padre reforça que o hospital está há quatro meses sem receber o repasse. “Hoje nós mantemos o hospital com um déficit de mais de R$ 500 mil por mês. A falta desse dinheiro prejudicou toda nossa estrutura”, lamentou o porta voz.

Caso os acertos não sejam quitados retroativamente, alerta o padre, a instituição não terá dinheiro suficiente para manter os atendimentos, uma vez que os “atrasos resultam em um déficit de R$ 2 milhões”. Apesar da situação, a unidade reforça que atendimentos a gestantes e pacientes oncológicos será mantido.