Saúde

Santa Casa também suspende atendimentos por falta de repasse do SUS

Consultas, exames e internações estão suspensos. No entanto, aqueles que já estavam internados continuam sendo assistidos


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Depois de oito hospitais de Goiânia anunciaram corte de 80% nos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de pagamento, agora é a vez dos trabalhos da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia serem afetados pelo mesmo motivo.

Os funcionários da unidade paralisaram o atendimento nesta segunda-feira (21/12) devido à falta de pagamento de salário referente à novembro (que deveria ter sido pago no começo de dezembro) e à não previsão do pagamento da segunda parcela do 13º salário, que deveria ter saído até o dia 20. “A instituição não tem como fazer pagamento sem as verbas do SUS”, informa a assessoria de imprensa.

Novas consultas, exames e internações estão suspensas. No entanto, aqueles que já estavam internados continuam sendo assistidos. Além disso, casos de urgência também recebem atendimento, após passarem por triagem.

A entidade estima que só nesta segunda-feira 1.800 pessoas deixem de ser atendidas. Segundo a assessoria, os atendimentos não devem voltar à normalidade enquanto os pagamentos não forem colocados em dia.

Corte nos hospitais

Na última quinta (17/112), a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou por meio de nota que a partir do último domingo (20), o atendimento eletivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) seria reduzido em 80% em oito hospitais associados credenciados pelo SUS. São eles: Instituto de Neurologia de Goiânia, Hospital da Criança, Hospital Infantil de Campinas, Hospital Monte Sinai, Hospital São Francisco de Assis , Hospital Santa Genoveva (em Goiânia), Hospital Santa Mônica (em Aparecida de Goiânia) e Hospital Evangélico Goiano (em Anápolis).

O motivo apresentado pela entidade é o de que desde o dia 20 de novembro essas unidades já vinham trabalhando com metade da capacidade de atendimento devido aos constantes atrasos nos pagamentos dos serviços prestados ao SUS. A associação reclama do que chama de “cortes injustificados” nas faturas e ressalta que o Ministério da Saúde anunciou novos atrasos nos pagamentos a partir deste mês.

Segundo a Ahpaceg, os débitos referentes à complementação das diárias de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já ultrapassa R$ 4 milhões. O corte de 80% anunciado vai atingir serviços como a realização de cirurgias eletivas, transplantes e internações, inclusive em UTIs.

“A Ahpaceg lamenta a adoção desta medida, mas a redução da prestação de serviços ao SUS neste momento é fundamental para garantir a continuidade do funcionamento dos hospitais, que são referências no atendimento médico-hospitalar em Goiás”, diz a nota da associação.