MONTAGEM DE ESTRUTURA

Saúde estadual e da capital se preparam para receber vacina contra covid-19

Apesar de indefinições, pastas já iniciaram pesquisa de preço e estrutura necessária para armazenamento das vacinas mais prováveis de chegarem ao estado em janeiro

Governo se prepara para receber vacina contra o coronavírus

Com a possibilidade de chegada de uma vacina contra a Covid-19 em janeiro, as secretarias de Saúde de Goiânia (SMS) e de Goiás (SES-GO) se preparam para uma possível campanha de vacinação. Pastas já iniciaram montagem de estrutura para armazenamento das doses contra o coronavírus, de acordo com as especificações das três vacinas (Pfizer, CoronaVac e Oxford) que estão em fase 3 e que podem ser aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tanto o município quanto o Estado devem seguir as orientações do Ministério da Saúde com relação aos grupos prioritários da vacinação.

Apesar do início da preparação para a possível chegada da vacina, ambas as pastas ainda aguardam respostas do Governo Federal para avançar os trabalhos. Isso porque as três vacinas com estudos mais avançados possuem especificações distintas com relação à estrutura necessária para o armazenamento das doses. A da Pfizer, por exemplo, precisa ser guardada a -70º C. Já as vacinas CoronaVac e Oxford podem ser mantidas em temperaturas entre 8 e 12°C, o que demandaria estrutura diferente da primeira.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, apesar da divulgação do plano nacional de vacinação, ainda não há definição da quantidade de doses ou de qual tipo de vacina virá para o Estado. Apesar disso, a pasta informou que antecipou a compra de 2,5 milhões de seringas e agulhas, em reforço ao material repassado pelo MS.

Sobre o armazenamento, a pasta informou que conta um sistema de Rede de Frio para guardar e encaminhar as vacinas às 18 regionais de saúde do estado. As doses distribuídas pelo Ministério ficarão armazenadas na central da Rede de Frio, instalada em Goiânia, para serem destinadas às regionais posteriormente. A pasta ressaltou também que, dependendo da vacina enviada, o estado já conta com sete “superfreezes” para o armazenamento das doses.

Goiânia

Ao Mais Goiás, o superintendente de Vigilância em Saúde da SMS de Goiânia, Yves Mauro, afirmou que ainda não há previsão de quando as vacinas chegarão e nem de quantas doses serão disponibilizadas para a capital.

“Ocorre que esse plano foi divulgado para as secretarias se prepararem com antecedência para uma eventual aprovação das vacinas”, disse. “Por enquanto, a maior possibilidade é de chegada da vacina Pfizer, que possui algumas necessidades especiais de acondicionamento.

Para essa vacina específica, a prefeitura afirmou que estuda a possibilidade de contratar uma empresa que disponibilize um freezer para o armazenamento das doses, já que o município não possui estrutura para manter as doses em uma temperatura de -70°C, conforme é indicado. “Estamos fazendo uma ata de registro de preços para contratar uma empresa no ano que vem para locar os freezers. Também existe possibilidade de convênio com a UFG”.

Já para as vacinas CoronaVac e Oxford, Yves informou que a Secretaria Municipal de Saúde dispõe de estrutura necessária para o armazenamento, que deve ser feito em temperatura entre 8 e 12°C. A prefeitura também iniciou processo de contratação de profissionais para atuar na vacinação.

Sem registro

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, a demanda pela vacina é alta não só no Brasil, mas em todo o mundo. Para ele, em um primeiro momento, não haverá doses para todos. O profissional lembrou, ainda, que, até o momento, nenhuma vacina possui registro na Anvisa, o que dificulta qualquer previsão sobre o início da imunização.

Por fim, o superintendente disse que a prefeitura pretende ampliar a vacinação para além das unidades de saúde. “Nossa intenção é ampliar a vacinação não só para unidades de saúde, mas fora também, para promover o acesso mais fácil. Uma estratégia seria colocar tendas itinerantes nas regiões do município, assim como o sistema drive thru”, concluiu.

Grupos prioritários

Quanto à campanha de vacinação, a SES afirmou que aguardará a posição do governo federal. Sobre isso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta quarta-feira (16) que ela será realizada em fases e as três primeiras já foram divulgadas. Em primeiro lugar virão os trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

A segunda fase terá como alvo as pessoas entre 60 e 74 anos. Já a terceira contemplará pessoas com comorbidades (portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras). O MS ressaltou também que outros grupos populacionais serão contemplados na continuidade das fases, conforme aprovação, disponibilidade e cronograma de entregas das doses a serem adquiridas.