“Se virar formigueiro, vamos fechar todo comércio”, diz prefeito
Estabelecimentos poderão abrir desde que sigam recomendações como uso de máscara, distanciamento entre as pessoas e testagem de temperatura
A retomada de 82% do comércio de Aparecida de Goiânia está prevista para a próxima terça-feira (28) e o prefeito Gustavo Mendanha já faz um alerta: “se virar formigueiro, vamos fechar todos os comércios”. Estabelecimentos poderão abrir desde que sigam recomendações como uso de máscara, distanciamento entre as pessoas e testagem de temperatura. Shoppings, academias, camelódromos, escolas, campeonatos de futebol e parques aquáticos e de recreação permanecem suspensos.
O município de Aparecida possui, atualmente, 23 casos confirmados do novo coronavírus e dois óbitos devido às complicações causadas pela covid-19. Em live realizada nesta segunda-feira (27), o secretário de Saúde Alessandro Magalhães disse que o crescimento da doença na cidade está dentro do esperado.
Por isso, para manter a situação em controle, mesmo com a abertura do comércio, o prefeito Gustavo Mendanha fez um apelo para que a população e os donos de estabelecimentos cumpram as medidas sanitárias recomendadas. “Estamos em um momento muito delicado e precisamos do apoio de todos. Se as pessoas não cumprirem as determinações, infelizmente teremos que fechar tudo novamente”, disse.
O gestor criticou o fato de alguns estabelecimentos já estarem com as portas abertas antes mesmo da liberação oficial da prefeitura prevista para terça (28). “Passei pela Av. Igualdade e vi muita gente com loja aberta mesmo sabendo que está proibido. Não dá. Não podemos perder o equilíbrio como tem ocorrido”.
Normas e fiscalização
Para voltar a funcionar, as empresas deverão solicitar um alvará provisório de funcionamento por meio de plataforma eletrônica criada pela Federação das Indústrias de Goiás (Fecomércio). A plataforma estará disponível para cadastro na tarde desta segunda (27) e os empresários precisam adquirir uma assinatura eletrônica, que deverá ser colocada na entrada do estabelecimento.
Nos estabelecimentos todos terão que fazer o uso obrigatório de máscara. As administrações ainda terão que manter o distanciamento entre funcionários e clientes, bem como medir a temperatura das pessoas logo na entrada do local.
Empresas com mais de 15 funcionários devem garantir o transporte privado dos colaboradores para evitar que utilizem o transporte público. Os estabelecimentos também não poderão funcionar com a capacidade máxima e devem fazer rodízio entre os trabalhadores. O Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus Covid-19 em Aparecida também estuda a possibilidade de escalonamento no horário de abertura dos comércios. Igrejas podem funcionar com 30% da capacidade.
O prefeito ressaltou que a fiscalização será redobrada e que os estabelecimentos que não cumprirem as determinações poderão ser fechados. Uma avaliação da retomada das atividades deve ser feita em 15 dias e vai determinar se o comércio segue aberto ou fecha novamente.
“Não tem como a gente falar em abertura de mais comércios se os estabelecimentos autorizados não cumprirem as regras impostas agora. Se os casos aumentarem tudo será fechado de novo”, afirmou.
Coeficiente baixo
Segundo o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, o coeficiente da covid-19 em Aparecida de Goiânia é baixo e a situação está dentro do esperado. “O crescimento da doença está dentro do que imaginávamos. Nossa curva está abaixo do nível considerado preocupante e é por isso que as medidas devem continuar sendo cumpridas”, comentou.
O titular da pasta alega que, para autorizar a retomada das atividades, o Comitê realizou estudo e analisou os riscos de cada estabelecimento. “Fizemos o levantamento do risco causado em todas as áreas comerciais. A liberação foi dada para aqueles que, se cumprirem todas as determinações, não oferecerão perigo”.
A liberação, ainda de acordo com Alessandro Magalhães, levou em consideração a estrutura do município para enfrentar a pandemia. Conforme o secretário, a cidade possui 63 leitos de UTI e 63 enfermarias que serão utilizadas apenas para casos de coronavírus. Além disso, há 18 leitos de UTIs nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) espalhadas em Aparecida.
“Tudo foi estudado. O município tem capacidade para atender eventuais casos de covid-19, mas também precisamos da colaboração do cidadão. A doença não tem remédio, não tem vacina, não tem milagre. É preciso cumprir as medidas de segurança determinadas pelas autoridades”, disse.