*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo
Rio Uru seca e Secima diz que causa é a retirada irregular da água
O Rio Uru, em Uruana, secou. O afluente, conhecido na região pela beleza e volume das…
O Rio Uru, em Uruana, secou. O afluente, conhecido na região pela beleza e volume das águas, hoje sofre com a captação irregular. Segundo moradores que denunciaram a situação ao Mais Goiás, o desabastecimento no local é causado pela drenagem desenfreada feita por bombas colocadas às margens do rio para irrigar plantações de cana-de-açúcar e melancia.
Indagado sobre a seca ser causada por drenagens feitas por bombas de irrigação, o Secretário de Meio Ambiente de Uruana, Guilherme Santos da Silva, afirmou que o problema é estadual e não municipal. “As drenagens são liberadas pela Secima (Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos). Existe um estudo para ser liberada essas licenças, onde a capacidade hídrica é analisada”.
De acordo com o Secretário, a capacidade do rio está diminuindo devido a falta de área de preservação permanente e matas ciliares. “O Rio Uru está sofrendo assoreamento, o qual vem ocorrendo há muito tempo para chegar nesse nível. O problema é o desmatamento”. Guilherme ressalta que a economia de Uruana é movida por plantações de melancia e cana, e “com a agropecuária e agricultura familiar, a natureza acaba sendo degradada. O que tem sido feito para recuperação é o apoio técnico e restauração das nascentes e dos afluentes”.
Paulo Humberto Guimarães Araújo, Superintendente Executivo da Secima confirmou que a pasta é a responsável pela liberação de outorgas aos agricultores. “Fazemos a liberação do uso da água, mas antes é feito um estudo detalhado. Liberamos metade da capacidade total dos rios”.
O superintendente alegou que o problema da seca no Rio Uru é a junção de dois fatores. “Muitas pessoas fazem a captação irregular da água, sem autorização para isso. A isso se junta o fato da diminuição considerável do volume de chuva nos últimos quatro anos”, explica.
Paulo Humberto expôs que atualmente a Secima está fazendo uma grande operação no Meia Ponte e depois partirão para o Rio Uru. “Estamos fiscalizando toda a retirada de água desses rios e pontuando quem está fazendo retiradas irregulares a fim de resolver o problema de secas”.
Memória Afetiva
O advogado Helton Henrique Gomes, 26 anos, manifesta sua frustração. Ele cresceu na região e sempre passava os finais de semana no local com a família. “Eu e meu irmão brincávamos de ir até onde dava pé e isso era menos da metade do rio. Na época de cheia, chegava a transbordar por cima da ponte. É muito ruim ver essa situação. Antes era atração para pessoas de todos os lugares, principalmente para nós da cidade, e atualmente está desse jeito. Jamais imaginaria isso”, lamenta o morador.