Dengue

Secretaria adverte sobre risco de epidemia de dengue em Goiás

O Estado registrou duas grandes epidemias, conforme destaca. Em 2010, com 115.079 casos e 93 óbitos, e em 2013, com alarmantes 163.808 registros e 94 óbitos.

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O ano de 2014 poderá ser considerado epidêmico pela Secretaria da Saúde. Entre 29 de dezembro de 2013 e o último sábado, dia 21 de setembro, foram registradas 104.066 notificações da doença.

Apesar de haver redução de 32,37% no comparativo ao mesmo período de 2013, segundo o coordenador de Controle de Dengue, Murilo do Carmo Silva,o recuo deve ser analisado com cautela, uma vez que o quantitativo dos casos registrados nos meses de seca é superior em relação à mesma época nos últimos quatro anos.

O Estado registrou duas grandes epidemias, conforme destaca. Em 2010, com 115.079 casos e 93 óbitos, e em 2013, com alarmantes 163.808 registros e 94 óbitos.  “Ainda estamos na segunda quinzena de setembro, mas provavelmente teremos mais de 115 mil casos até o fim do ano, também podendo o ano de 2014 vir a se configurar como epidêmico. Por isso, a preocupação é enorme, principalmente de se evitar mortes em decorrência da doença”, prevê.

De acordo com o último boletim semanal de dengue, divulgado nesta quinta-feira, dia 25, a Secretaria da Saúde confirmou 58 mortes por dengue e investiga outras 34 que estão sob suspeita. A capital encabeçou a listagem de municípios com óbitos, com 14 até agora. Murilo afirma que atualmente 15% das pessoas que morrem com sintomas da doença procuram tardiamente o sistema de saúde, com o quadro clínico já agravado. Ele reforça a importância de se buscar o tratamento no surgimento dos primeiros sintomas, uma vez que a doença pode evoluir rápido. Outro dado apontado  por ele é que cerca de 70% dos óbitos são de pessoas com comorbidades, ou doenças de base, que são comprometidas pela dengue, como diabetes e hipertensão, por exemplo.

População precisa colaborar
Para conter uma epidemia da doença, a Secretaria da Saúde segue um plano de contingência em vigor há três anos que contempla uma série de ações preventivas e de combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, além de oferecer suporte material para o tratamento dos pacientes nos municípios. A SES faz a compra de insumos assistenciais, como analgésicos e sais de reidratação, soro endovenoso, aquisição de poltronas de hidratração para serem disponibilizadas nas unidades desaúde para atender os pacientes. “Findou-se o período chuvoso, o pessoal de controle de vetor recolheu os carros de fumacê para passarem por manutenção. Também foi feita a aquisição de 150 bombas costais leves para nebulização especial já distribuídas aos municípios. A Vigilância Epidemiológica monitora a doença e a avaliação de tendência dela, além de promover campanhas educativas veiculadas na mídia”, acrescenta.

Cuidados
Com a aproximação do período chuvoso, a população não pode baixar a guarda contra o mosquito. O coordenador de Controle de Dengue afirma que o Poder Público não consegue resolver o problema sozinho e, portanto, todos precisam se transformar em verdadeiros agentes de saúde e eliminar a água parada em recipientes dentro de casa, nos quais o inseto pode se reproduzir. “Dedique dez minutos durante a semana para fazer uma vistoria no quintal, nas calhas e demais locais. A população precisa estar imbuída no combate à dengue”, apela.