Secretária de Educação quer que detentos produzam uniforme para estudantes goianos
Ideia de Fátima Gavioli é utilizar a unidade de produção que já existe no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para a fabricação das roupas
Inclusão. Esse é o objetivo da nova proposta da secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás, Fátima Gavioli, que pretende fazer com que detentos do sistema prisional goiano fabriquem uniformes para os estudantes da rede pública do Estado.
“Conversei com o governador, ele adotou a idéia, achou muito boa, e deu carta branca para que a gente rodasse dois pares de uniformes completos para cada criança matriculada na rede estadual de ensino Goiás a partir de 2020”, conta Fátima.
O projeto ainda não foi formatado, mas a expectativa da secretária é que ele saia do papel ainda em 2019. A idéia é utilizar a unidade de produção que já existe no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. No local, os detentos produzem atualmente uniformes que atendem as unidades prisionais goianas.
Os uniformes, de acordo com a proposta, serão distribuídos gratuitamente aos estudantes da rede estadual de ensino no início do próximo ano letivo. Contudo, alunos de escolas militares não serão contemplados porque essas unidades escolares possuem um regimento próprio que estabelecem um tipo de vestimenta específica.
Todos iguais
O objetivo da proposta, segundo a secretária, é não só ajudar na ressocialização dos apenados, mas também para trabalhar a inclusão dos alunos da rede pública de ensino. Para ela, a projeto pode ajudar a reduzir as diferenças na sala de aula. “Você pensar que dentro da rede não existe ninguém que está usando uma roupa diferente da sua, todo mundo se sente muito igual nesse momento”, explica.
Fátima também cita que a proposta pode ter resistência de alguns e é por isso que é preciso repensar o atual modelo de Educação. “Se a criança vai toda rasgadinha para escola e o outro vai usando uma roupa de marca, está normal. Agora, todos usarem uma roupa com a mesma malha, aí está diferente? Então a gente precisa rever o nosso conceito de escola inclusiva mesmo”, finaliza.